Uma moradora de São José, na Grande Florianópolis, recebeu duas faturas de energia elétrica com valores exorbitantes: a de dezembro de R$ 24,7 mil e a de janeiro de R$ 34 mil. O caso é acompanhado pelo Procon e Ministério Público. Na tarde desta quarta-feira (6), técnicos da Celesc foram até o imóvel e constataram que o medidor de energia estava com defeito.

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Fabrício Vieira, diretor do Procon de São José, informa que o órgão foi procurado pelo dono do imóvel no início da semana passada porque não conseguiu resolver o caso diretamente com a Celesc.

No apartamento, que fica no bairro Campinas, mora a filha do dono do imóvel e uma criança de um aninho. As faturas dos meses anteriores, segundo o Procon, foram de R$ 60, R$ 80 e no máximo R$ 106. Além disso, o ar-condicionado, um dos equipamentos que mais consome energia, foi instalado no dia 29 de janeiro, depois do recebimento das faturas.

— A partir do laudo que for emitido sobre o medidor nós vamos saber se está tendo fuga de energia, se houve um erro na leitura ou na computação dos dados, ou se o medidor está estragado. Com certeza a conta está com problema, até porque no imóvel mora uma mãe com um filho de um ano, então não tem como gerar esse consumo. O prédio todo gasta em torno de R$ 8 mil de energia por mês — diz Vieira.

A Celesc emitiu nota admitindo que foram emitidas faturas "com valores discrepantes" e que técnicos realizaram uma aferição no local, quando foi constatado "um defeito no medidor de energia elétrica".

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Além disso, informou que, num universo de mais de 3 milhões de faturas por mês, irregularidades como essa ocorrem em apenas 0,7% dos casos. De qualquer forma, o Procon já abriu processo administrativo e deve acompanhar a aferição. O órgão também encaminhou o caso ao Ministério Público.

Confira na íntegra a nota da Celesc:

"A Celesc informa que, em relação à Unidade Consumidora (UC), localizada na cidade de São José, para qual foram emitidas faturas de energia com valores discrepantes aos usualmente registrados, na tarde desta quarta-feira (06) foi realizada uma aferição no local em que foi constatado um defeito no medidor de energia elétrica.

Na ocasião, a Empresa realizou a substituição do equipamento, responsável por registrar o consumo de cada cliente. A troca do aparelho irá garantir que a próxima leitura esteja de acordo com a energia consumida por aquela residência. Agora os valores das faturas de dezembro e de janeiro serão recalculados e refaturados, a partir da média de consumo registrado nos últimos 12 meses por aquela UC.

A Celesc reforça que, em um universo de mais de 3 milhões de faturas emitidas por mês, registros de irregularidades ocorrem em apenas 0,7%."

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Investigação

Esse não foi o único caso de consumidor que reclamou da fatura de energia. O Ministério Público de Santa Catarina chegou a instaurar um inquérito civil para investigar supostas irregularidades nas cobranças da fatura de luz.

Para isso, os fiscais do Procon estão visitando as casas de consumidores que tiveram aumento excessivo na conta de luz em Santa Catarina. Nesta quinta-feira (7) será feita uma reunião com a Celesc para analisar os dados.

De acordo com o MPSC, o consumidor que se sentir lesado pelo valor alto deve primeiro denunciar à Celesc no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), por meio do telefone 0800 48 0120. Depois do registro, deve recorrer ao Procon.