Muito reservada, ela preserva a história de sua vida. Revela apenas poucos detalhes que permitem contar um pouco dos momentos vividos por Annita Felsner, que comemora cem anos na segunda-feira.

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Apesar de pouco se locomover, ela ainda está muito lúcida e se entrega a uma gostosa gargalhada ao ser elogiada pelas companheiras da casa onde mora, no bairro Nova Brasília, em Joinville, por se recordar de muitas datas. Com poucas palavras, prova que lembra muito bem de tudo o que viveu neste um século de vida.

Nascida em Corupá, aos três anos Annita estava em uma casa de adoção em Joinville. Um casal de sobrenome Heinzelmann a acolheu junto com os filhos da família. A casa onde morava ficava na rua Doutor Plácido Olímpio de Oliveira, no bairro Anita Garibaldi, que na época era chamada de Ipiranga. Até os oito anos, estudou no Colégio dos Santos Anjos, onde aprendeu o português e o alemão. Em casa, só se ouvia falar a língua germânica.

Quando chegou à mocidade, frequentou os bailes que faziam sucesso nos clubes de Joinville. Chegou a se casar, mas o marido morreu três anos depois. Annita não teve a oportunidade de ter filhos. Por isso, quem vai estar ao seu lado no aniversário de 100 anos é a família do sobrinho. Além deste, não há mais parentes vivos.

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Há sete anos ela vive em uma casa com mais duas idosas, Amanda Laura Kohl, 99 anos, e Ilma Hoof, 94 anos, aos cuidados de dona Lili Kiefer, de 61 anos. Annita já frequentou clubes da terceira idade, onde participou de campeonatos de bolão e fez muito crochê. Com um sorriso no rosto, ela diz que sente saudades de tudo o que viveu. Uma certeza ela carrega: houve contratempos, porém, as alegrias foram maiores e recompensadoras.