“Eu acreditava que algumas histórias eram apenas invenção, até viver a minha”. Assim Maria Laura da Silva, moradora de Jaraguá do Sul, começa contando sobre sua vida. Com três anos, ela foi separada de seus três irmãos porque sua mãe ficou viúva e entregou os filhos para diferentes famílias criarem em Cambará do Sul, RS. Após 41 anos, a vendedora Maria Laura viajou 170 quilômetros para abraçar novamente seu irmão mais velho, Cássio Luiz.
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O reencontro começou a se tornar realidade na semana passada, por meio das redes sociais, mas muita história aconteceu antes disso. Em 1974, Maria Laura conheceu a mãe biológica e duas irmãs, que continuam morando no Rio Grande do Sul. Ela e Luiz foram deixados em famílias que viviam próximas uma da outra, porém, ela viu o irmão pela última vez aos 14 anos – ele tinha 15 na época -, e um boato de que ele teria morrido, há 11 anos, acabou com a esperança do reencontro.
– A filha dele, Tati Cardoso, me encontrou no Facebook e enviou uma mensagem na segunda-feira da semana passada, dia 9. Ela me achou por meio de um outro sobrinho meu de Porto Alegre. Achei que ia receber uma notícia triste, mas ela queria falar que meu irmão, na verdade, estava vivo – conta.
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Ao ver a primeira foto do irmão, Maria Laura correu para imprimi-la e dormiu abraçada com a imagem. Segundo ela, a ansiedade para o reencontro era tanta que marcaram para o domingo seguinte, dia 14, na cidade de Cássio Luiz, Ituporanga.
– Eu travei ao ver minha sobrinha. Depois, fiquei mais emocionada por rever meu irmão. Ele é mais alto e mais forte do que eu imaginava, porque na última vez que o vi ele era tão mirradinho que não acreditaria que iria ficar tão forte – afirma.
Agora, o roteiro de viagem de Jaraguá do Sul a Ituporanga será repetido muitas vezes, garante Maria Laura. Segundo Maria, o dia com o irmão passou tão rápido que ela quer aproveitar todas as oportunidades parar estar em família.
– Eu perdi meu marido muito cedo e há cinco anos perdi um dos meus filhos. Reencontrar parte da minha família é uma forma de restituir aquilo que foi perdido. É um alívio saber que também tenho eles para amar – revela.
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