Moradora do bairro Jurerê Tradicional, no norte da Ilha, Andreza Rocha, de 22 anos, procurou a redação da Hora de SC para reclamar sobre a falta de medicamentos em dois postos de saúde de Florianópolis.

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Ela conta que precisou ir até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na terça-feira (26) por causa de uma dor de dente. O médico receitou quatro medicamentos para aliviar os sintomas: ibuprofeno, dipirona, hexomedine spray e gluconato de clorexidine.

Segundo Andreza, primeiro ela procurou o posto do seu bairro e em seguida a unidade de Santo Antônio de Lisboa. Em ambas as unidades ela só conseguiu retirar o dipirona, o restante precisou comprar.

— Tive que gastar mais de R$ 50, pagar do próprio bolso os remédios ou eu ficaria com dor se dependesse do poder público — diz.

O que diz a prefeitura

A secretaria de Saúde, por meio de nota, informou que os remédios hexomedine spray e gluconato de clorexidine não são padronizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, não são de distribuição gratuita obrigatória pelo sistema de saúde. No entanto, o gluconato de clorexidine só está disponível nas policlínicas, por causa da prescrição dos Centros de Especialidade Odontológica (Ceos). Já o ibuprofeno está em falta na rede e, segundo a secretaria, o município já fez a compra e aguarda a entrega dos medicamentos pelo laboratório.

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De acordo com a secretaria, a falta do medicamento não tem relação com o almoxarifado central da prefeitura, que fica em São José, e foi interditado pela Vigilância Sanitária daquele município em 31 de janeiro por não ter licença da Anvisa e da Vigilância. Na época, medicamentos mal armazenados foram apreendidos.

Segundo a secretária de Administração da Capital, Katherine Schreiner, o contrato com a Prime Log, responsável pelo armazenamento e distribuição dos produtos aos postos de saúde, foi rescindido e a prefeitura já contratou de forma emergencial (sem licitação) uma nova empresa, a Branet, para prestar o serviço por seis meses. A Branet ainda precisa apresentar um novo local e toda a estrutura de almoxarifado exigida pelos órgãos de fiscalização antes de assinar o contrato. Enquanto isso, a Prime Log continua fazendo a logística para que o abastecimento de medicamentos não seja prejudicado.

Depois que a Branet assumir, a prefeitura deve lançar o edital de licitação para contratar a empresa que cuidará do almoxarifado e fará a distribuição dos medicamentos nos próximos anos.

A Prime Log terá que ressarcir a prefeitura em quase R$ 172 mil por conta dos 16 mil frascos de insulina que estavam armazenadas de forma inadequada e foram inutilizados por não estarem na temperatura ideal. O Departamento de Punição de Empresa da prefeitura também apura o caso e a multa para a empresa pode chegar a R$ 260 mil.

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Onde cobrar

A Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis fica na Avenida Professor Henrique da Silva Fontes, 6100, bairro Trindade. O telefone é (48) 3239-1500.

Também vale entrar no site da prefeitura e acessar a aba Ouvidoria para fazer elogios, sugestões, reclamações e pedidos.