Em um dos últimos atos como secretário do Continente, na semana passada, João Batista Nunes mandou colocar um muro onde há mais de 20 anos tinha um portão, nos fundos da sede da secretaria, na região da Coloninha, no bairro Estreito, em Florianópolis.

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Durante o expediente normal no terreno (6h30min às 19h), onde funciona também um sacolão carinhosamente chamado de Ceasinha, moradores do entorno costumavam “atalhar” pelo pátio da secretaria. Para não darem a volta na quadra, eles entravam pelo portão principal, na Rua João Evangelista da Costa, e alcançavam a Rua Santa Rita de Cássia, do outro lado, passando pelo tal portãozinho nos fundos.

A mudança de portão para muro foi na última quinta-feira, no meio da tarde. Alguns desavisados chegaram a dar meia volta ao se depararem com o acesso fechado. Até que na sexta, quando o dia estava mais para noite, um senhor não se conformou com a medida tomada pelo secretário e quebrou o muro, enfurecido.

O sujeito chegou a passar do outro lado, como era seu objetivo principal, mas acabou detido. Na 3ª Delegacia de Polícia, ele explicou a causa para o ato de rebeldia. Foi liberado após entrar no seguinte acordo com a administração atual da secretaria: de agora em diante, nos fundos do terreno vai ter muro, não portão, e quem vai remontar os tijolos é o cidadão enfurecido.

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Portão foi retirado por medida de segurança

O atual secretário do Continente, Dejair de Oliveira Júnior, era morador da Coloninha na infância. Seu avô costumava buscá-lo na creche Professora Maria Barreiros, em frente a entrada principal da secretaria, na Rua João Evangelista da Costa, e levá-lo pelo pátio até passar pelo portão, já na Rua Santa Rita de Cássia.

– Os tempos são outros – afirma o secretário.

De acordo com ele, foi a falta de segurança que motivou a retirada do portão, que a comunidade usou por tanto tempo. Oliveira Júnior conta que funcionárias da cozinha e da limpeza, que costumam chegar ao terreno bem cedo, por volta das 6h30min, foram assaltadas no último mês. Além disso, ele alega que a fiação do sacolão foi furtada e há várias reclamações dos servidores do lugar, sobre sumiço de pertences nos carros, que ficam estacionados no pátio.

– Tenho que preservar a segurança dos funcionários em primeiro lugar, mas vamos analisar uma saída que beneficie a população também – disse.

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