Quando descobriu um câncer agressivo nos ossos da perna esquerda, o mundo desabou para Luiz Fernando de Aguiar, de 30 anos, morador do Rio Vermelho, em Florianópolis. A notícia de que precisaria amputar a perna caiu como uma bomba na família, que logo tratou de dar o maior apoio possível ao jovem. Depois da cirurgia bem-sucedida, em julho do ano passado, amigos e parentes de Luiz iniciaram uma campanha para conseguir o valor necessário para a compra de uma prótese mecânica. E não é que o pessoal ajudou?
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A mobilização contou com bingos, rifas e vaquinha online, e teve também apoio dos leitores da Hora. Em dezembro, Luiz foi a Sorocaba (SP), onde testou e colocou a nova prótese. Agora, de volta a Florianópolis, o jovem não tem palavras para descrever a emoção de, aos poucos, retornar à rotina.
— Agora está mil maravilhas. Só o fato de não estar na cama do hospital é uma vitória. Foi surpreendente o apoio que recebi, muita gente ajudou — comenta Luiz.
Uma das figuras mais importantes ao longo de todo o processo foi o tio do jovem, Daniel Sebastião de Aguiar, de 54 anos. Luiz conta que o tio era um pouco distante, “porque sabia que a gente estava bem”, mas quando soube do câncer assumiu a figura paterna da família e fez o que pode para viabilizar os cerca de R$ 40 mil para a colocação da prótese.
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— A gente pensa que nunca vai acontecer conosco, e quando acontece a gente perde o chão. Foi um choque, mas a gente nunca imaginou que a população fosse tão carinhosa. Graças a deus hoje ele está em casa, com a perna. Só temos que agradecer a todos e pedir que ajudem a quem precisa, porque a gente nunca sabe o dia de amanhã — comenta Daniel.
Trabalho, futebol e remo
Antes do problema na perna, Luiz Fernando jogava futebol profissionalmente e chegou a atuar pelo Guarani de Palhoça por duas temporadas. O esporte ainda faz parte da sua vida e, agora, o jovem pratica para-remo no Clube Aldo Luz, em Florianópolis, sob os olhares do técnico da seleção brasileira Guilherme Soares. Mesmo assim, inspirado no exemplo do goleiro Jackson Follmann — que perdeu uma das pernas no acidente da Chapecoense —, Luiz espera um dia voltar a bater uma bolinha.
— Acho que vai dar pra brincar entre os amigos. Mas para voltar às atividades físicas ainda preciso me adaptar à prótese.
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Antes de descobrir o câncer na perna, Luiz Fernando trabalhava como executivo fiscal na prefeitura de Florianópolis. Na expectativa para voltar ao batente (depende do resultado da perícia), Luiz não vê a hora de deixar as muletas em casa e sair caminhando pelas ruas de sua cidade natal.
— Não sirvo para ficar parado em casa!