Com um caderno escolar e recortes de jornais Dirceu Suzin montou seu primeiro álbum de figurinhas, a maioria com jogadores do Grêmio e da Seleção Brasileira. O ano era 1970 e ele tinha apenas dez anos, mas já trabalhava como entregador de jornais. Aos 54 anos, agora ele tem milhares de itens referentes à Copa do Mundo, como revistas, pôsteres, álbuns, vídeos e livros.

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A primeira revista que comprou foi Placar de 19 de junho de 1970, que destacava a vitória do Brasil sobre o Peru, por 4 a 2.

– Não tinha o dinheiro que chega e um vizinho me deu o restante – lembrou.

O futebol envolvente daquela seleção. Atualmente ele tem 1,1 mil edições só da Placar, inclusive a número um, de 20 de março de 1970, com Pelé na Capa, que comprou pela internet.

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Suzin coleciona praticamente tudo que encontra em livrarias e sebos relacionado ao Campeonato Mundial. Tem coleções sobre história das copas em VHS e DVD. Tem cartões com os cartazes de promoção de cada mundial. E até isqueiros com os temas das Copas.

Graças a um irmão, que é jornalista em Brasília, conseguiu os autógrafos dos bicampeões mundiais, de 1962, que foram homenageados na capital, durante o mandato do presidente Lula. Num quadro que mandou emoldurar, estão os nomes de Bellini, Zagalo, Pelé e Dino Sani, entre outros.

Dirceu tem também fotografias com Nilton Santos, bicampeão Mundial de 1958 e 1962.

– Fui no apartamento dele – lembra.

Também tem um livro Minha Bola, Minha Vida, escrito e autografado pela ‘Enciclopédia do Futebol’, que morreu em 2013. Há ainda outros livros, como Estrela Solitária, livro de Ruy Castro sobre a trajetória de Garrincha, e Felipão: a Alma do Penta, de Ruy Carlos Ostermann.

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– Admiro o trabalho do Felipão – comentou.

Outra peça valiosa de sua coleção é uma camisa da Seleção de Masters, autografada por jogadores como Zico, Nilton Santos e Amaral.

Dirceu Suzin é professor de História e servidor público. Nas aulas de História ele poderia utilizar seus álbuns para mostrar países que não existem mais, como as Alemanhas Ocidental e Oriental. Poderia lembrar que a primeira adversária do Brasil, a Croácia, é apenas uma das repúblicas que saiu da ex- Iugoslávia. Seu envolvimento com futebol é tanto que ele virou colunista de jornais da cidade e há dez anos é repórter e comentarista da Rádio Centro Oeste, de Pinhalzinho.

Dirceu Suzin disse que, apesar de contar com adversários fortes, como Espanha, Alemanha e Argentina, vai dar Brasil.

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– O Brasil é favorito e vou busca mais material para minha coleção – disse.

Seu sonho é montar um espaço aberto ao público.

– Não é algo que quero guardar para mim, quero que todos tenham acesso a esse material – projeta. Afinal, depois de montar seu álbum caseiro, ele conseguiu um álbum oficial quase completo da Copa de 70. Tanto esforço, merece ser compartilhado.