Foi a quarta vez consecutiva que a casa de Osmarildo Silveira, 37 anos, ficou cheia de crianças rindo, brincando e comendo. A residência no bairro Espinheiros, zona Leste de Joinville, é como um ponto de encontro dos jovens moradores do bairro Espinheiros na época de Natal. Desde 2009, ele, a família, e os amigos, organizam uma festa para comemorar o nascimento de Jesus, mas o “Natal Solidário”, como ele gosta de chamar, só é possível pela união da comunidade.

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– Em julho, eu começo correr atrás das doações. Levo um ofício aos amigos e juntos pedimos por colaborações. Aceitamos qualquer tipo de doação, desde que não seja dinheiro – explica Osmar.

Neste ano, o Natal foi “gordo”. Apesar do aumento do número de crianças, de 200, em 2012, para aproximadamente 250, neste ano, não faltou comida na mesa de Osmar, que estava cheia de diferentes tipos de doces e salgados, como cuca, nega-maluca, bolo e cachorro quente. A iniciativa, que abraça a comunidade católica, e evangélica da região, surgiu depois de observar uma cena que se repetia todos os anos em frente à casa dele.

– Faz 30 anos que moro aqui. Antigamente, na época de Natal, passava um carro e jogava duas, três balinhas. As crianças quase se matavam para pegar. Foi por isso que resolvi começar a fazer na minha casa – relembra Osmar.

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Osmar disse que quase não dormiu na noite de sexta-feira para sábado, dia da festa. O desespero surgiu depois que o dono da casa descobriu que não conseguiria trazer uma cama-elástica para a festa, como havia prometido para as crianças.

– Eu estava muito preocupado. Por sorte, às 9 horas alguém me ligou e confirmou que iria alugar a cama-elástica. Fico feliz, porque sei que muitas crianças estão tendo esta oportunidade pela primeira vez – disse Osmar.

Como toda festa natalina que se preza, uma companheira da comunidade se vestiu de Papai Noel para fazer a entrega de presentes para a criançada que, no aconchego do lar de seu Osmarildo, além de brincar e comer, ainda pôde levar lembranças do “Natal Solidário”: as materiais, na forma de brinquedo; e as transcendentes, aquelas que ficarão na memória.

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