Rodrigo Dias mora há 35 anos no bairro Monte Alegre, em Camboriú. Em mais de três décadas, enfrentou dezenas de alagamentos. Mas garante que nenhum tinha sido como o desta quinta-feira (16). A cidade foi fortemente afetada pelas chuvas e cerca de 7 mil casas acabaram tomadas pela água, segundo a prefeitura. Na manhã desta sexta (17), ainda havia pontos com inundação e 300 pessoas em abrigos.

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O morador da Rua Monte Everest conta que chegou a construir a casa da família em um nível um pouco mais alto do que a via já para tentar escapar das inundações. A diferença dos alagamento anteriores para o de agora, diz Rodrigo, foi a altura e a duração. Aí a residência dele não escapou.

— Sempre tivemos esse problema aqui. Às vezes alaga até duas, três vezes em um ano. Mas é coisa de 30 a 40 centímetros, e nem entra em todas as casas. Mas agora foram quase dois metros de altura a água na rua e levou quase o dia todo para baixar, coisa que antes era questão de meia hora — desabafa.

Na manhã desta sexta (17), Rodrigo e os vizinhos começavam a limpeza. Muitos móveis que se perderam, como sofás, colchões e armários, se acumularam nas calçadas. É o que mostram as imagens do fotógrafo Patrick Rodrigues. A prefeitura enviou máquinas para ajudar a coletar tudo.

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Em meio trabalho de recuperação, a indignação. Rodrigo afirma que o alagamento foi mais alto e durou mais tempo por causa de uma obra de instalação de galerias pluviais feita pela prefeitura no ano passado. O que era para melhorar o escoamento, supostamente acabou represando a água.

— Ninguém mais dorme, perdemos a paz — lamenta o morador com medo de novos temporais.

A prefeitura enviou uma equipe ao local com uma retroescavadeira e começou a abertura de uma área concretada para verificar a situação. Em um vídeo enviado à reportagem, o município confirma que a obra feita no ano passado contribuiu para aumentar o tamanho do alagamento. Confira, na íntegra, o que diz Jose Rodrigues Pereira, secretário de Obras.

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