Filho e neto de doadores de sangue, o morador de Florianópolis Luís Cláudio Soares Rodrigues, 49 anos, já fez 212 doações do tipo. Em Santa Catarina, apesar do estoque se manter estável graças à solidariedade de pessoas como ele e ao trabalho em rede, os doadores de plaquetas ainda precisam aumentar.
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A história de Rodrigues serve de exemplo para valorizar o Dia Mundial do Doador de Sangue, que é nesta sexta-feira (14). Tudo começou para ele em 1989, quando ainda morava em Manaus (AM), depois de assistir a uma campanha na TV.
– Hoje, ele é o maior doador do Brasil – anuncia Camila de Oliveira, chefe de captação de doadores do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc), em Florianópolis.
Como militar da Força Aérea Brasileira (FAB), veio para SC em 1996, onde se tornou também doador de plaquetas.
Em Manaus, foram 10 doações, então, somadas aos números de SC, são 212. Em Florianópolis, doei plaquetas pela primeira vez para ajudar o filho de um amigo em tratamento contra leucemia, e não consegui parar mais de doar. Doar sangue é ajudar a salvar vidas
Para ele, já é parte da rotina: a cada 30 dias vai ao Hemosc, doa plaquetas uma vez ao mês e sangue a cada dois meses. Embora não seja possível saber quem é o receptor, no ano passado, Luís viu pessoas que recebiam sangue no ambulatório do Hemosc e não consegue esquecer mais:
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– Para mim, foi muito emocionante. Agora, eu tento, na medida do possível captar novas pessoas, amigos, vizinhos, e tenho conseguido fazer isso.
Trabalho em rede para manter estoque
Em Santa Catarina, ao menos 450 pessoas doam sangue ao dia, segundo o Hemosc. Só em Florianópolis, são 120 doações diárias. Em função dessa mobilização, os estoques conseguem atender a demanda do Estado. Conforme Camila de Oliveira, do Hemosc da Capital, o trabalho em rede favorece esta estabilidade:
– Nossos estoques se mantêm adequados o ano inteiro. Nunca tivemos uma queda tão brusca que a gente não pudesse atender a população, em um hospital, em uma cirurgia. A gente faz uma adequação de estoque em hemorrede, em Santa Catarina.
O assunto é levado tão a sério pelos catarinenses que junho foi instituído como o mês de doação de sangue por lei estadual que criou o Junho Vermelho. Este período é dedicado a campanhas de estímulo à doação de sangue.
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– Nessa época, o número de doadores cresce, mas a gente precisa de doações o ano inteiro. Se Florianópolis não tiver uma coleta boa hoje, por exemplo, Joinville, Criciúma, podem fazer uma boa coleta e a gente fazer essa redistribuição – finaliza Camila.
Em Florianópolis, atualmente, são oito doadores de plaquetas por dia, mas o ideal, segundo o Hemosc, é que esse número seja superior, já que a doação tem validade de apenas cinco dias. Elas são usadas principalmente para o tratamento de câncer e em cirurgias cardíacas.
O Hemosc tem unidades em Florianópolis, Blumenau, Chapecó, Criciúma, Jaraguá do Sul, Joaçaba, Joinville, Lages e Tubarão. Para ser doador, é importante estar em boas condições de saúde.
O QUE É PRECISO PARA SER DOADOR
– Ter entre 18 e 69 anos.
– Estar sem feridas ou machucados no corpo.
– Pesar acima de 50 kg.
– Apresentar documento oficial com foto.
– Ter repousado bem na noite anterior à doação.
– Fazer refeições leves e não gordurosas nas quatro horas que antecedem a doação.
– Evitar uso de bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas.
– Evitar ir acompanhado de crianças ou sem acompanhantes.
Fonte: Hemosc