Para fugir da crise provocada pelas revoluções de 1848 que assolavam a Europa, alemães, suíços e noruegueses colocaram a sorte à deriva em uma longa e arriscada viagem rumo ao Brasil. Na busca por uma vida mais digna, 118 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, deixaram o porto de Hamburgo, na Alemanha, para buscar o sonho na América. Em 1851, a barca de Cólon desembarcou em Joinville para que estas pessoas fundassem a Colônia Dona Francisca.

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Mais de um século e meio se passaram desde então. No entanto, não é raro ver os traços deixados pela cultura alemã ao andar pelo centro de Joinville. A arquitetura, os bares e a organização da cidade surpreendem turistas do mundo inteiro. Alguns que vieram para visitar acabaram se fixando por aqui. Como é o caso de Eberhard Albert, de 78 anos. Nascido em Würzburg, no norte da Bavária, Albert chegou ao Brasil em 1965.

Ele morou em São Paulo quase duas décadas, ligado principalmente ao ramo da agricultura. Foi por sua eficiência no trabalho que, em 1984, o chefe do alemão deu uma oportunidade que mudou a vida do imigrante: deixou ele escolher uma cidade no Sul para que se tornasse gerente de vendas da Wesfalia Separador. Albert não pensou duas vezes e decidiu se mudar para Joinville, por considerar uma terra alemã.

Há 24 anos sem ver um título da Alemanha em Copas, Albert acredita que o fato de o Mundial ser realizado no Brasil pode trazer a sorte que está faltando à seleção germânica.

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– Esta é a melhor safra que a Alemanha já teve. Além disso, o técnico Joachim Löw foi muito inteligente em chamar sete jogadores do mesmo clube, o Bayer de Munique. Estou muito confiante – comenta o aposentado.

Para ele, a seleção argelina será presa fácil nas oitavas de final. A França também não o preocupa em um possível cruzamento. O que realmente tira o sono é a Seleção Brasileira, que pode ser adversário da semifinal.

– A Seleção Brasileira sempre foi uma pedra no nosso sapato. O Neymar vive um momento espetacular e pode fazer a diferença. No entanto, se tiver que perder para alguém, prefiro que seja o Brasil – revela Albert, que já tem meio coração brasileiro.

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