Depois de participar da primeira etapa da mais longa regata de volta ao mundo, João Gustavo Togneri, de Jaraguá do Sul, só pensa em uma coisa: a volta para casa. O barco navegado pelo velejador de 35 anos, o Old Pulteney, chegou na segunda-feira à Marina da Glória, no Rio de Janeiro, após 28 dias em alto-mar e nove mil quilômetros. Gustavo era um dos seis brasileiros em uma tripulação de 20 pessoas e o único de SC a participar da Clipper Round The World Race 2013/2014.

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O momento mais crítico da viagem foi enfrentar a pior zona de convergência intertropical (onde os ventos dos hemisférios Norte e Sul se encontram) da história da competição. Segundo Gustavo, os tripulantes tiveram de encarar o calor intenso, momentos de calmaria e outros de forte tempestade. Para o engenheiro, o maior desafio da regata foi controlar o desgaste emocional e psicológico.

– Os primeiros três dias e os últimos três foram os piores. Tínhamos que acordar duas a três vezes à noite para fazer o turno de quatro horas, além de situações de emergência que prolongavam o turno em uma ou uma hora e meia – relata.

Outro aspecto com o qual o brasileiro teve bastante dificuldade foi a alimentação. Ainda durante a viagem, Gustavo publicou em seu blog que não via a hora de comer em uma churrascaria.As refeições se limitavam a enlatados e processados, mas isso não o impede de querer continuar velejando.

– Não tenho dúvida de que cada dificuldade passada tornou o desafio maior e mais gratificante – admite.

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A Clipper Round começou em 1º de setembro e segue até julho de 2014. São 650 pessoas em 12 barcos, chamados de Clipper 70, desenvolvidos pelo arquiteto naval Tony Castro. Os membros da tripulação, no momento da inscrição, podem optar por fazer apenas uma etapa (como foi o caso de Gustavo) ou a volta inteira. Os barcos passam pela Europa, Américas do Norte, Central e do Sul, África do Sul, Ásia e Austrália. São oito etapas e 40 mil quilômetros percorridos.