Jaraguá do Sul comemora, nesta terça-feira, a chegada de mais um de seus moradores à idade centenária. Janusz Borowicz completa 100 anos, vividos entre dois continentes, entre diversas cidades, junto à família e com uma história de aprendizados.
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Os cabelos, brancos e lisos, estão sempre bem penteados. Calça e camisa de manga longa são a vestimenta usual, mesmo no intenso verão. As décadas de vida apagaram algumas lembranças de sua memória.
É o filho Wilhelm Guido Borowicz quem recorda da trajetória do pai de um continente em guerra até um Brasil que começava a entrar na era do desenvolvimento. Com pais poloneses, porém nascido na Alemanha, Janusz retornou à Polônia ainda criança.
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Com a chegada da Segunda Guerra Mundial e já casado com uma polonesa, o jovem Janusz percebeu o risco iminente: nascido na Alemanha, poderia ser convocado para lutar junto aos nazistas contra a pátria de seus pais e esposa, terra que o acolheu e na qual estudou.
Foi até a Itália em busca de uma saída. De lá, Janusz e a esposa puderam escolher entre três navios. Descartaram a Argentina e o Canadá, optando por um país do qual ouviam histórias de colônias polonesas já formadas.
Chegaram à Bahia no começo da década de 1950, migraram para Niterói (RJ) e, por fim, estabeleceram-se em Curitiba, onde encontraram os laços culturais que lembrariam sua antiga terra.
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Trabalhou na Siemens e na Cia. Força e Luz do Paraná (atual Copel). Casou-se três vezes e teve três filhos. Hoje, somam-se à família seis netos e quatro bisnetos. Há quatro anos, mudou-se para Jaraguá do Sul.
Janusz afirma não saber o motivo pelo qual chegou à idade centenária. Lembra, apenas, que jamais fumou – e deixa essa dica para os mais jovens. Uma lata de cerveja por dia, músicas e televisão são seus passatempos atuais, além de apreciar sentar na varanda para contemplar a natureza.
Outros hobbies tiveram de ser deixados pela idade: os olhos já são fracos para a leitura, que sempre foi intensa. O carro que usava hoje fica na garagem. E as fotografias, um longo e belo acervo de um de seus passatempos mais frequentes, hoje se reúnem em uma prateleira que guarda, em imagens, a memória de seus cem anos de vida.
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