A paixão por futebol faz muita gente cometer loucuras. Mas algumas são bem planejadas. Como a do morador de Gaspar, Rubens Benevenutti, 41 anos, que conseguiu ingressos para 13 partidas da Copa do Mundo no Brasil (incluindo a abertura e a final) e parte nesta quarta-feira rumo à maior aventura da sua vida. Das 12 cidades-sede, passará por nove. Verá sete partidas da fase de grupos e seis do mata-mata. E o número pode aumentar, já que ele está perto de conseguir assistir a mais uma semifinal.

Continua depois da publicidade

O planejamento começou há sete anos, quando o Brasil foi confirmado como sede da 20ª edição da principal competição de futebol. Binho, como é conhecido, foi ao banco e iniciou uma aplicação financeira para realizar o sonho.

Ele já foi a dezenas de jogos do clube de coração, o Botafogo, viu final de Copa América, de Libertadores, semifinal e final de Copa das Confederações, mas nunca foi em uma Copa do Mundo. Por isso, a ansiedade é grande. Binho só não quer falar quanto investiu.

– Posso dizer que não me arrependo de nenhum centavo, porque me preparei para esse momento – conta.

Continua depois da publicidade

O planejamento da aventura foi de acordo com os jogos do Brasil. A partir de São Paulo, onde ocorre a partida de abertura contra a Croácia, amanhã, ele traçou a rota até o jogo da Seleção contra o México, em Fortaleza, e voltando para assistir o confronto diante de Camarões com a família, em casa. É quando ele tira uma folga da aventura e volta com tudo uma semana depois, para acompanhar a fase de mata-mata. Depois das quartas de final, uma nova parada e logo retorna para ir à semifinal e a decisão no Maracanã.

Mas como Binho conseguiu tantos ingressos, quando muita gente nem sequer conseguiu um? Persistência foi a palavra que ele usou para resumir. Além de usar o cadastro próprio, contou com apoio de familiares e amigos, que compravam para ele como convidado. Foi assim que conseguiu os 13 ingressos e espera aumentar esse número, pois aguarda a confirmação da transferência de uma entrada para a semifinal que ocorre em São Paulo.

– Fico sempre com o site da Fifa aberto, porque é muito comum aparecer oferta de ingressos. E como isso era mais comum de acontecer de madrugada, posso dizer que passei muitas noites em claro.

Continua depois da publicidade

Muito mais que um hobby, uma paixão

Rubens Benevenutti conta que a paixão pelo futebol começou com uma Seleção derrotada: a de 1982. Ele lembra que ficou triste com a eliminação daquele que é considerado um dos melhores times da história do futebol brasileiro. Mas a eliminação para a Itália, em vez de desmotivá-lo, fez ele querer acompanhar ainda mais o futebol. E desde que foi pela primeira vez ao estádio – em 1989 para ver BEC x Operário (MS) pela Copa do Brasil – não parou mais.

– Já assisti final de Copa América, de Libertadores, na semifinal e final da Copa das Confederações do ano passado e até vi um Barcelona x Real Madrid no (estádio) Santiago Bernabeu – lembra Rubens.

Torcedor e sócio do Botafogo, já perdeu as contas de quantos jogos do clube carioca acompanhou. Além disso, é comum encontrá-lo em partidas do Metropolitano, do Marcílio Dias, do Figueirense, do Avaí, do Joinville e até de clubes de Curitiba. E guarda todos os ingressos como troféus. Quando não viaja, ainda tem tempo para organizar um torneio de futebol amador em Gaspar.

Continua depois da publicidade

– Todo mundo me conhece, sabe que sou fanático por futebol. E até sabem o que me dar de presente – brinca o contador.

A coleção particular dele vai de camisas de clubes e seleções até DVDs e livros sobre futebol. Vídeos, aliás, ele tem de quase todos os clubes do Brasil. Entre os itens mais valiosos, estão as camisas do Brasil (da Copa de 1990 até a atual) e as duas coleções especiais sobre a história da Copa do Mundo. Depois de assistir o Mundial no(s) estádio(s) pela primeira vez, Binho admite que tem outro sonho a realizar: ver uma final de Liga dos Campeões da Europa.

– Quem sabe eu vá ano que vem – conclui.