Na garagem de casa, um mapa-múndi pendurado em uma das paredes serve como um lembrete de todos os lugares que Marcelo Gervasio Silva já conheceu. Há 15 anos, o morador de Blumenau se aventurou pelo mundo sozinho depois de fazer uma promessa ao pai. Enquanto alguns optam por um motorhome ou qualquer outro meio de transporte adaptado, ele escolheu um skate para acompanhá-lo.
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Agora, aos 62 anos de idade, o carioca quer repetir a vivência e passar por 101 países ao lado do companheiro de quatro rodas, mais uma vez.
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Natural do Rio de Janeiro, Marcelo demonstra ter coragem de sobra para enfrentar uma volta ao mundo novamente. Na primeira viagem, em 2009, a lista de regiões que conheceu inclui Nova Zelândia, Austrália, Malásia, Tailândia, Rússia, Finlândia, Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra e Coreia do Sul, por exemplo. Quase falta fôlego para mencionar todos os 40 países que percorreu naquele período.
Veja fotos da primeira viagem, em 2009
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Neste ano, Marcelo almeja ainda mais. Na última quarta-feira (13), partiu de Blumenau com destino ao Rio Grande do Sul para atravessar a fronteira e chegar ao Uruguai. Apenas com um skate em mãos — ou melhor, nos pés — e um bagageiro adaptado, ele seguirá nesta nova trajetória por quatro anos, conforme prevê.
Dentro do suporte preso atrás do skate, o carioca coloca apenas o necessário para sobreviver à viagem. Além de alimentos, ele também guarda na caixa itens de higiene, camping, eletrônicos, remédios, mochila e capacete. É ali que o morador de Blumenau encontra tudo o que precisa para a manutenção do meio de transporte caso ele apresente algum problema na estrada.
— Quebrou uma roda, tem outra reserva. Tem rolamento, eixo, porca, parafuso, alicate, roupa… — cita, tão empolgado quanto da primeira vez.
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Marcelo já teve mais de 30 skates diferentes, que recebem até nomes escolhidos pelo “dono”. O mais recente se chama “Perfectron”, com quem o viajante irá dividir a próxima jornada ao redor do mundo. A ideia de utilizar esse item inusitado como parceiro de viagem surgiu após um comentário irônico de um amigo, já que o plano inicial era percorrer o planeta com uma bicicleta.
O morador de Blumenau explica que havia prometido ao pai, antes do falecimento dele, que daria uma volta ao mundo. Foi uma das últimas conversas que os dois tiveram enquanto o filho se despedia do pai ainda no hospital, anos atrás.
Acontece que, no momento em que foi comprar as peças para a bike, Marcelo havia machucado a mão e teve de ir ao local com um skate. Ali, ouviu de um amigo que acabaria fazendo essa viagem com esse mesmo equipamento de quatro rodas, pequenino. A ideia intrigou o carioca, que viu no comentário em tom de brincadeira uma possibilidade real e ainda mais desafiadora para a trajetória que começaria em breve.

Hoje, Marcelo já se comunica em 10 idiomas diferentes. Nesta mais nova volta ao mundo, pretende visitar países que sempre teve o sonho de conhecer, mas que não conseguiu ir durante a primeira viagem, como Indonésia, Arábia Saudita e África Ocidental, por exemplo.
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Para atravessar os continentes, ele terá de pegar um avião. O restante do percurso fará somente com o seu maior aliado, o pequeno e estiloso skate. A bandeira do Brasil também o acompanha nessa jornada que, para Marcelo, tem como principal recompensa a possibilidade de ver de perto outras culturas.
Dessa maneira, quando coloca o capacete na cabeça, nada mais importa. Da mesma forma que uma capa representa para um super-herói nos filmes de ficção, é esse o item que faz com que Marcelo se sinta invencível e mais do que preparado para encarar uma nova aventura.
— Você tem que estar muito bem da cabeça e de coração aberto, entendendo que o mundo é diferente. Na hora que você se vê em perigo, é preciso analisar o porquê daquilo. É uma viagem arriscada, que exige coragem, força física e tudo aquilo que engloba uma grande aventura. Você só tem que dominar e, dali em diante, vai ter momentos bons e ruins, mas com a certeza de que os momentos bons são bem mais especiais — finaliza o viajante.

*Com informações de Vitor Léxon, da NSC TV
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