É nos exercícios matinais que o professor aposentado e ambientalista Marcos Junghans costuma encontrar animais marinhos na orla de Barra Velha, Litoral Norte de SC. Apenas nos últimos dois dias, Marcos relata ter encontrado cinco animais. No último domingo, foram duas tartarugas vivas, mas nesta segunda-feira pela manhã ele relata ter achado três animais mortos.
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Na sexta-feira, outras duas tartarugas foram encontradas na mesma cidade.
Marcos conta que as tartarugas encontradas são de tamanho médio para pequena, aparentando ainda serem pouco desenvolvidas.
— É comum encontrar estes animais nesta época, mas estou impressionado com a quantidade neste ano — afirma Marcos que diz ser ambientalista há 20 anos.
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Sempre que encontra um animal marinho, ele encaminha o caso para o Projeto de Monitoramento de Praias – Bacia de Santos, pelo telefone 0800642-3341.
Geralmente, os animais ficaram presos ou se feriram em redes de pesca ou sofreram por causa da ressaca do mar.
Há algumas semanas, o professor diz ter se deparado com uma toninha na orla. Ele ficou surpreso, por este tipo de animal não ser visto com frequência em Barra Velha. Marcos então acionou Projeto Toninhas, de São Francisco do Sul.
11 mil animais coletados em Santa Catarina
O monitoramento feito pelo Projeto de Monitoramento de Praias – Bacia de Santos é realizado diariamente desde 2015. Uma das atividades é percorrer a praia e recolher os animais. Em Santa Catarina, nos dois anos de projeto, foram recolhidos 11 mil bichos, de um total de 27 mil entre as praias de Ubatuba, no Litoral Norte de SC, e Laguna, no Sul de SC. Destes 11 mil, 630 estavam vivos.
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De acordo com o professor André Barreto, que faz parte do projeto, o número de animais encontrados é maior do que o esperado inicialmente, mas apenas com um tempo maior de pesquisa é que a equipe saberá se o número é realmente alto ou não. Sobre os cinco animais encontrados em Barra Velha, é, segundo ele, uma quantidade que impressiona.
— Quando são vários animais encontrados em um curto período pode impressionar, mas temos que levar em conta os dias sem aparecer nenhum animal. Para termos uma ideia mais clara, precisamos de um período mais longo de pesquisa —, explica.
Para André, o que mais tem preocupado é o estado de saúde dos bichos encontrados. Equipes trabalham no projeto principalmente para entender as causas dessa mortalidade.
— Independente da causa da morte, observamos um estado ruim de saúde dos animais marinhos. Dá a impressão de que nosso ambiente costeiro está muito propício a impactos como lixo, pesca e embarcações —, comenta.
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No próximo ano, será encaminhado um relatório com os dois anos de trabalho do grupo. O estudo, de acordo com André, ajudará a entender as causas das doenças dos animais marítimos.