A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou hoje de A3 para Ba1 a classificação creditícia dos bônus emitidos pelo Estado grego para o pagamento da dívida.

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A Moody’s explicou em comunicado que a decisão é consequência da revisão que iniciou em 22 de abril da economia grega e acrescentou que os tetos estabelecidos para a Grécia no caso dos bônus e depósitos bancários se mantêm sem mudanças no nível Aaa, em linha com a classificação do resto da eurozona.

– A classificação Ba1 reflete nossa análise do equilíbrio entre as fortalezas e os riscos associados com o plano de ajuda aprovado pela eurozona e o Fundo Monetário Internacional (FMI) – indica na nota Sarah Carlson, principal analista de Moody’s para a Grécia.

Segundo Carlson, “o pacote elimina de maneira efetiva qualquer risco no curto prazo de moratória derivada da falta de liquidez e encoraja à aplicação de uma série de reformas estruturais críveis, factíveis e compatível com os incentivos”.

As reformas têm alta probabilidade de estabilizar os requisitos do serviço da dívida a níveis manejáveis, destaca a analista. Ela ressalta que “os riscos macroeconômicos e de aplicação associados com o programa são consistentes com uma classificação Ba1”.

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A agência argumenta que o pacote de ajuda protege o governo grego do mercado enquanto aplica o ambicioso plano de austeridade fiscal e de reformas econômicas exigidas e que, segundo a agência, “tem o potencial de restaurar a confiança dos mercados, dependendo da eficácia na execução do governo”.

A agência de classificação de risco coloca que “o melhor cenário possível” no caso da Grécia é que o país consiga estabilizar em 150% o percentual de sua dívida com relação ao PIB em torno de 2013 e que reduza o peso da dívida com o pagamento de juros e a receita do Estado, em torno de 20%, até 2014.

– Há uma incerteza considerável que rodeia o ritmo e o impacto destas medidas no crescimento econômico do país, particularmente em um ambiente econômico menos propício – explica Carlson.

A Moody’s também argumenta que “esta incerteza representa um risco que leva Moody’s a pensar que a qualidade creditícia da Grécia é consistente com a classificação Ba1”. A classificação “representa um maior risco de moratória, embora esse risco siga sendo baixo”.

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Quanto à perspectiva econômica futura da Grécia, Moody’s decidiu mantê-la sem mudanças com a consideração de “estável”, com o que reflete “a probabilidade substancial que a classificação não mudará em um período de entre 12 e 18 meses”.

– Os fatores chaves que influirão na visão da agência terão a ver com a evolução da economia grega, especialmente com o PIB e as receitas tributárias – conclui.