Quem passa pela BR-470, em Rio do Sul, logo percebe ao lado, na altura do bairro Canoas, uma “montanha” de entulho acumulado. Os materiais deixam à mostra um triste episódio vivido pela maior cidade do Alto Vale do Itajaí: as sucessivas enchentes registradas entre outubro e novembro.
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É no “lixão” a céu aberto que os móveis e diversos outros itens retirados das ruas por caminhões são levados antes de partirem para o maior aterro sanitário que atende a cidade, em Otacílio Costa, conta o motorista de um dos veículos, Nilson Felipe. Aos 57 anos, o trabalhador relata a tristeza por trás das idas e vindas aos bairros.
— A gente tem dó, né? O pessoal perdeu tudo. Teve gente que tinha acabado de passar por uma enchente, aí compraram seus móveis de novo, nem chegaram a pagar as coisas e já perderam tudo de novo — lamenta o homem.
Rio do Sul passou por sete enchentes entre outubro e novembro. O pico foi de 13,04 metros no dia 18 do mês passado, atrás apenas do registrado em 1983, quando o rio chegou a 13,58 metros.
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Ao todo, estima a prefeitura, ao menos 6,5 mil imóveis foram atingidos e mais de 18 mil pessoas ficaram desalojadas. Um levantamento do município mostrou que os prejuízos públicos e privados com as chuvas de novembro somam R$ 419 milhões.
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Tanto prejuízo fez moradores deixarem móveis e pertences nas ruas, para que as caçambas recolhessem o que não tinha mais serventia. O que se viu foram inúmeros amontoados diante das casas. Às vezes era tanto entulho que os caminhões acessavam as vias com dificuldade. De acordo com a prefeitura, depois de levado para o depósito às margens da BR-470, o material é carregado para Otacílio Costa em carretas maiores.
Para dar conta da demanda, Nilson relata que os veículos circulam desde a madrugada até tarde da noite, de domingo a domingo. O município complementa que o vaivém foi intensificado em 20 de novembro, mas que o recolhimento está em fase final, somando mais de 5 mil toneladas de entulho retirados das ruas.
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Com o cenário agora mais limpo, o motorista descreve outra realidade observada: no bairro Canoas, por exemplo, moradores têm deixado as casas para buscar um novo endereço.
Além do prejuízo, ficou o trauma.
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