Um texto de 1970, que marcou época na cidade de Joinville, é trazido à tona novamente, mostrando que a montagem de “A Litorina” é histórica, mas o assunto ainda é atual. A peça foi escrita por Miraci Dereti (1942/2006) e realizada em oito apresentações na cidade, com atuação do próprio autor, do jornalista e historiador Apolinário Ternes e do professor Félix José Negherbon. Agora, a nova montagem ficou a cargo do Abismo Teatro de Grupo e integra a programação do Verão Teatral, da Ajote (Associação Joinvilense de Teatro) nos dias 8, 9, 10, 11, 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de março, quintas e sextas às 20h e sábados e domingos às 18h, na Estação da Memória, em Joinville.
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À época de sua criação, a peça foi descrita pelo próprio autor como “uma tragédia moderna, em quadros, focalizando uma realidade totalmente regional, desvendando, ao mesmo tempo, o eterno conflito entre o indivíduo e sua realização, e a sociedade que o esmaga”. O escritor e dramaturgo joinvilense buscou dar uma sugestão aos seus conterrâneos portadores de alguma mensagem artística para que a tornassem realidade, seja num verso, numa canção ou pintura. O primeiro contato do Abismo Teatro de Grupo com uma obra de Dereti foi por “Os Palhaços – texto teatral censurado em 1968”, publicado em livro organizado por Cristovão Petry, diretor do grupo, que vem realizando uma série de palestras e leituras dramáticas deste texto em diversos lugares de Santa Catarina.
Já o acesso ao texto de “A Litorina” foi por intermédio da esposa de Dereti, Marisia Morcelles Dereti. Com a autorização em mãos, o grupo decidiu encarar o desafio de colocar a peça em cena depois de 47 anos da primeira e única montagem. “Há algum tempo o Abismo está querendo realizar uma nova montagem e após a primeira leitura da peça, já ficou evidente que o texto escolhido seria “A Litorina”. Por isso, o primeiro passo foi digitar o texto, que se encontrava em boa parte manuscrito em um caderno do escritor”, conta Petry. Os ensaios começaram em abril de 2017.
Desde a fundação em 2013, o Abismo Teatro de Grupo vem participando ativamente da agenda cultural de Joinville e região, desenvolvendo seu teatro político comunitário com a circulação dos espetáculos de seu repertório e da participação em diversas oficinas de formação. O local escolhido para realizar a temporada de estreia de “A Litorina” foi a Estação da Memória, cenário ideal para encenação da peça e que vem ao encontro da proposta do grupo de ocupar os espaços não convencionais e centrais de teatro, indo para locais alternativos e promovendo um convite à reflexão sobre o lugar da arte da cidade.
Sinopse
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Uma tragédia. Três personagens centrais movem a peça, num bar de uma estação ferroviária. Ildefonso é o chefe da estação – um agiota preocupado apenas consigo mesmo e nos seus lucros. Severino, um bêbado, não conseguindo sustentar a família, é abandonado pela mulher, deseja fazer justiça com as próprias mãos. Amaro, um vendedor que desce da litorina e media as discussões, procurando compreender os fatos, mas não interfere no seu desfecho.
Pesquisa que gerou livro
“Fizemos uma pesquisa e lendo anotações datilografadas pelo autor em 1970, onde nenhum dos atores e nem o diretor do Abismo haviam ainda nascido, percebemos o quanto é necessário resgatar esta história e colocar ‘A Litorina’ em cena. O teatro é para ser encenado”, destaca Petry. Além da encenação, o grupo irá publicar o texto e uma pesquisa sobre o contexto da época em um livro, entrevistando os dois atores da primeira montagem: o jornalista e historiador Apolinário Ternes e o professor Félix José Negherbon, além do técnico de som e luz, Volney Valentin e da companheira de Dereti, Marísia. Quem for assistir à peça ganha um exemplar do livro (está incluso no valor do ingresso). Quem quiser levar para casa mais exemplares eles estarão à venda a um custo de R$ 10 cada e poderão ser adquiridos no local e dias de apresentação (serviço).
Ficha técnica
Texto: Miraci Dereti
Atuação: Letícia Helena, Isadora Dourado, Marcos Vicente Jr. e João França
Vozes e imagens do prólogo: Apolinário Ternes e Félix José Negherbon
Música do prólogo (Passarinho): Rogério Morcelles Dereti
Filmagem e edição do prólogo: Nilton Santo TiroTTi
Trilha Sonora Original: Lausivan Corrêa
Figurino: Marlon Zé e o grupo
Cenário: o grupo
Fotografia: Jéssica Michels
Iluminação: Flávio Andrade
Maquiagem: Letícia Petry
Prótese dentária: cirurgião dentista Luiz Eduardo da Nova Filho / Protético: Jacques Normando Barata / CH.DENT (Odontologia especializada)
Assessoria de Imprensa: Santa Cultura – Comunicação Criativa
Designer Gráfico: Isadora Dickie e Andre Beavis
Pesquisa histórica: o grupo
Coordenação Editorial: Jura Arruda e Editora Areia
Agenciamento: Cristina Puccini da Silva
Direção: Cristovão Petry
Produção: Patrícia Gbur Portela Petry e grupo
Classificação Indicativa: 14 anos
Duração: 70 minutos
Patrocínio: Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (SIMDEC/Joinville), em projeto aprovado no Mecenato 2015, Secretaria de Cultura e Turismo e Prefeitura de Joinville
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Apoio: Amorabi (Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Itinga) e Ajote (Associação Joinvilense de Teatro)
Realização: Abismo Teatro de Grupo
Serviço:
A Litorina
Quando: 8, 9, 10, 11, 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de março de 2018
Horário: quintas e sextas às 20 horas, sábados e domingos às 18h
Local: Estação da Memória (Antiga estação ferroviária), Rua Leite Ribeiro s/n, Anita Garibaldi
Ingressos: R$ 10,00 (dá direito a um exemplar do livro) – lugares limitados. Reserve seu ingresso pelo e-mail abismoteatrodegrupo@gmail.com, no WhatsApp 47-99603-5584 ou pelo link facebook.com/Abismoteatrodegrupo