General Motors (GM) e Chrysler decidiram aguardar até o limite do prazo para apresentar ao governo americano os planos de reestruturação que podem lhes render bilhões de dólares de ajuda pública. GM e Chrysler têm até as 19h (horário de Brasília) desta terça-feira para expor as propostas. Depois deste horário, seus principais diretores devem programar entrevistas coletivas para detalhar os projetos.
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Até o momento, a Ford não solicitou empréstimos federais e, por isso, não precisará apresentar nesta terça seus planos de reestruturação e viabilidade. Apesar disso, as ações da Ford sofriam no pregão do mercado americano, em razão das incertezas sobre o setor automotivo. Eram cotadas em baixa de quase 4%, por US$ 1,69, em Wall Street. Pouco mais de três horas antes do limite para apresentar o projeto de reestruturação, os títulos da GM perdiam 14% na Bolsa de Nova York, onde uma ação da gigante americana era negociada a US$ 2,15.
A Chrysler não negocia no mercado americano porque seus títulos estão divididos entre o fundo de investimentos Cerberus, que tem 80,1% das ações, e a empresa alemã Daimler, que possui os 19,9% restantes. Segundo a edição eletrônica do jornal The Detroit News, entre as medidas incluídas no plano estaria o fechamento de fábricas na Europa, de 1.750 concessionárias nos Estados Unidos e a eliminação de até 31 mil postos de trabalho. Outras medidas seriam eliminação, venda ou redução de suas marcas Pontiac, Saab, Hummer e Saturn.
A GM já recebeu US$ 9,4 bilhões em empréstimos federais para manter suas operações nos Estados Unidos em andamento. A montadora havia solicitado inicialmente outros US$ 4 bilhões, e a Casa Branca já anunciou que desembolsará o dinheiro independentemente do conteúdo do plano. No entanto, os maus resultados nas vendas do setor em janeiro e o panorama pessimista para 2009 podem forçar a GM a pedir nesta terça-feira mais dinheiro ao governo.
Em janeiro, a taxa anual de vendas de automóveis nos EUA ficou em 9,6 milhões de unidades, quase a metade da atingida há três anos. A GM ainda pode incluir em seu plano a possibilidade de um pedido de falência ou de declaração de moratória, o que teria um efeito dominó na Ford e na Chrysler, assim como no setor de fabricantes de autopeças, tanto nos EUA quanto na Europa.
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A Chrysler, que já obteve US$ 4 bilhões em empréstimos federais, vai pedir pelo menos outros US$ 3 bilhões para colocar em prática seu plano de reestruturação.