A indústria catarinense quer fortalecer a atuação no mercado automotivo e um dos principais objetivos nessa área é deixar de ser principalmente fornecedora de autopeças para assumir a posição de sistemista, aquele que fornece sistemas completos, prontos para instalação na linha de montagem das montadoras.
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A afirmação é do diretor da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Carlos Henrique Ramos Fonseca, que participou da divulgação de um estudo inédito sobre o setor automotivo catarinense na manhã desta terça-feira, em Joinville.
O documento faz parte do Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC) e vai nortear a elaboração de projetos específicos de avanços no setor, como formação profissional, inovação e investimentos.
O momento justifica a ambição. De acordo com o estudo da Fiesc, a produção nacional de veículos triplicou desde os anos 2000. Novas empresas chegaram ao País e se instalaram em diferentes regiões, menos em Santa Catarina, que ficou à margem do processo.
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Em 2013, contudo, o Estado entrou no mapa das montadoras, diz a federação, com a chegada da fábrica de motores da GM e, no ano seguinte, o início da produção de carros de luxo da BMW.
No estudo, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, defende o setor automotivo como um dos mais importantes para o desenvolvimento econômico e geração de empregos de qualidade.
Por esta razão, a atração de montadoras para o Estado é considerada importante. Elas vão gerar oportunidades aos sistemistas, que, por sua vez, desenvolverão uma cadeia produtiva integrada, segundo a federação.
A questão agora é preparar o setor para atender às necessidades e exigências das montadoras. O diretor Carlos Fonseca cita o exemplo da unidade da BMW em Araquari. Segundo ele, a fabricante de carros de luxo utiliza sistemistas da Alemanha num primeiro momento, mas vai elevar o nível de nacionalização no fornecimento de peças gradualmente.
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Se Santa Catarina não estiver em condições de atendê-la, perderá espaço para outros Estados do País, alerta.
Entre as exigências de montadoras estão a certificação de qualidade automotiva e ambiental e, durante o evento desta terça-feira, a Fiesc mostrou que o percentual de indústrias de autopeças catarinenses com estas duas certificações, em especial, fica abaixo da média nacional.