Um monitoramento aéreo avistou 36 baleias-francas de Florianópolis ao Balneário Rincão no último domingo. Entre os animais estavam 13 pares de mães com filhotes e 10 baleias-francas adultas solitárias, que podiam ser fêmeas grávidas ou machos buscando acasalamento. O sobrevoo foi realizado pela SCPar Porto de Imbituba como parte do Programa de Monitoramento de Cetáceos no Porto de Imbituba e Adjacências.
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O número é superior ao monitoramento aéreo realizado em julho do ano passado, quando foram encontradas 29 baleias no Litoral do Estado. De acordo com a diretora de pesquisa do Instituto Australis/Projeto Baleia Franca, Karina Groch, a variação é normal pois leva em conta a alimentação dos animais no seu habitat natural.
— Observamos uma tendência de crescimento no número de baleias que chegaram à costa catarinense nos últimos anos. Percebemos que os ciclos de reprodução ocorrem a cada três anos e que o número de filhotes que vem para o Litoral está relacionado com a disponibilidade de alimento na Geórgia do Sul, região próxima da Antártida. Em anos que há menos alimento, também há menos animais que chegam até a costa — explica Karina Groch.
Apesar do sobrevoo ter se estendido até Torres, no início do Litoral do Rio Grande do Sul, o objetivo era localizar os animais que estão na costa catarinense. O município de Imbituba, no Sul do Estado, tinha a maior concentração das baleias avistadas, principalmente nas praias do Rosa, Barra de Ibiraquera, Ribanceira e Itapirubá.
A diretora de pesquisa do Instituto Australis explica que as baleias-francas procuram o Litoral para realizar a sua reprodução, já que a costa tem água mais quente e áreas protegidas, sem a presença de predadores como orcas e tubarões. Dessa forma, regiões como o Litoral catarinense acabam sendo procurados para que os animais possam criar seus filhos em melhores condições.
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— Assim como nós, as baleias também são mamíferos, então tem corpo quente e precisam de locais que não sejam tão frios para criar seus filhotes. Estamos estudando os motivos que levam esses animais a buscar a costa de Santa Catarina. O que sabemos é que há uma preferência pela Área de Proteção Ambiental Baleia Franca do Estado por conta da temperatura da água, proteção da enseada e aspectos da topografia — completa a diretora de pesquisa do Instituto Australis.
Outros monitoramentos estão previstos
Esse foi o primeiro sobrevoo aéreo realizado neste ano, já que a partir do mês de julho as baleias da espécie Eubalaena australis começam a se aproximar do Litoral catarinense para se reproduzir. Elas devem ficar próximas da costa no Estado até novembro, enquanto usam o período para acasalar e cuidar dos seus filhotes.
Outros dois monitoramentos devem ser realizados em 2018: em setembro, quando há o pico de reprodução da espécie, e outro em novembro, no fim da temporada. Os dados colhidos durante o monitoramento são importantes para realizar o censo dos animais marinhos, com a identificação das baleias e golfinhos que visitam a região pela localização e fotos registradas.
— Todos os animais avistados são catalogados por meio de fotografia das calosidades que elas têm em cima da cabeça, que são únicas para cada animal, como se fosse uma digital — aponta Gilberto Ougo, oceanógrafo da Acquaplan Tecnologia e Consultoria Ambiental, atual contratada para executar o serviço.
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Além dos sobrevoos, durante a temporada de baleias também ocorre o monitoramento terrestre. Todos os dias há dois pontos de observação, ambos em Imbituba, localizados nas praias do Porto e Ribanceira. A observação normalmente ocorre em seis horas diárias durante dois turnos, podendo variar de acordo com a quantidade de iluminação diária e as condições climáticas, assim como a movimentação de navios.
Veja imagens das baleias
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