A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sugeriu à empresária Mônica Moura que ela transferisse uma conta mantida na Suíça para a Cingapura porque seria mais seguro, disse a delatora em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF). De acordo com Mônica, a conta era o “elo de ligação” dos pagamentos feitos pela Odebrecht a ela e ao seu marido, o marqueteiro João Santana.

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— Ela (Dilma) sempre falava dessa preocupação, porque a Lava-Jato avançava, avançava. Ela queria que a gente mudasse, mexesse na conta, chegou a sugerir “Por que vocês não transferem essa conta de lá pra outro lugar?” — relatou Mônica aos procuradores. — Ela (Dilma) sugeriu que a gente mandasse pra Cingapura ou algo assim, que ela ouviu falar que era um lugar muito seguro — disse a empresária.

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De acordo com a delatora, a “preocupação” de Dilma com essa conta se devia ao fato de esse ser o “elo de ligação” dos pagamentos da Odebrecht ao casal de marqueteiros.

— E João fazia,”De jeito nenhum, eu não vou mexer em nada, eu não tenho culpa”. Aquelas coisas do João, ele não aceitava — disse Mônica.

Em uma conversa anterior, Mônica relatou que Dilma já estava muito preocupada com a questão porque sabia que já haviam descoberto uma conta do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também mantida na Suíça.

Defesa

Em nota enviada à imprensa, a assessoria de Dilma Rousseff reiterou que João Santana e Mônica Moura “prestaram falso testemunho e faltaram com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionados pelas ameaças dos investigadores”.

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“Apesar de tudo, a presidente eleita acredita na Justiça e sabe que a verdade virá à tona e será restabelecida”, diz a nota.

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*Estadão Conteúdo