A CPI da Covid chega ao fim nesta terça-feira (26) com a votação do relatório final. O documento apresentado previamente na semana passada pede o indiciamento de 66 pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, que pode responder por nove crimes, além de duas empresas. Momentos marcantes da CPI tiveram relação com personagens ou fatos de Santa Catarina (confira abaixo).

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A CPI da Covid foi criada em abril e ajudou a esclarecer temas da condução da pandemia, como a demora para a compra de vacinas, negociações suspeitas, “tratamento precoce” e o caso Prevent Senior. Mas os seis meses da comissão também tiveram momentos tensos, como a prisão do depoente Roberto Dias e o desabafo do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) após ser alvo de comentário homofóbico.

Outros ‘episódios’ foram mais inusitados, como a referência a uma fake news envolvendo a ex-atriz pornô Mia Khalifa ou o desabafo do presidente Omar Aziz (PSD-AM), ao evocar o ex-BBB Gil do Vigor durante depoimento da médica Nise Yamaguchi e dizer que “desse jeito o Brasil tá lascado”.

Alguns momentos da CPI também tiveram relação direta com Santa Catarina ou personagens catarinenses. Confira:

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Momentos marcantes da CPI da Covid ligados a SC

1.Depoimento de Hang. Um dos dias mais tensos da CPI da Covid foi o do depoimento do empresário catarinense Luciano Hang, das lojas Havan. Ele foi convocado pela suspeita de ter incentivado o uso de medicamentos sem comprovação científica contra Covid, financiado fake news e também para esclarecer uma situação envolvendo o atestado de óbito da mãe dele. Regina Hang ficou internada em hospital da Prevent Senior e morreu vítima da doença em fevereiro de 2021. A comissão apontou que a causa da morte no documento não constava como sendo Covid-19.Em uma sessão tumultuada de sete horas, o empresário negou as acusações e confirmou que a mãe fez uso de medicamentos do Kit Covid.
1.Depoimento de Hang. Um dos dias mais tensos da CPI da Covid foi o do depoimento do empresário catarinense Luciano Hang, das lojas Havan. Ele foi convocado pela suspeita de ter incentivado o uso de medicamentos sem comprovação científica contra Covid, financiado fake news e também para esclarecer uma situação envolvendo o atestado de óbito da mãe dele. Regina Hang ficou internada em hospital da Prevent Senior e morreu vítima da doença em fevereiro de 2021. A comissão apontou que a causa da morte no documento não constava como sendo Covid-19.Em uma sessão tumultuada de sete horas, o empresário negou as acusações e confirmou que a mãe fez uso de medicamentos do Kit Covid. – (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)
2.Briga de Jorginho e Renan. Outro “dia bem louco” da comissão ocorreu em 23 de setembro. O senador catarinense Jorginho Mello (PL) e o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), bateram-boca na CPI. Eles trocaram acusações e foram contidos por colegas parlamentares para evitar uma briga física.Renan chamou Jorginho de “vagabundo”, e o senador de SC respondeu, chamando-o de “vagabundo, ladrão e picareta”. Após a briga, Jorginho disse nas redes sociais que “fez o que muitos brasileiros gostariam de ter feito”.
2.Briga de Jorginho e Renan. Outro “dia bem louco” da comissão ocorreu em 23 de setembro. O senador catarinense Jorginho Mello (PL) e o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), bateram-boca na CPI. Eles trocaram acusações e foram contidos por colegas parlamentares para evitar uma briga física.Renan chamou Jorginho de “vagabundo”, e o senador de SC respondeu, chamando-o de “vagabundo, ladrão e picareta”. Após a briga, Jorginho disse nas redes sociais que “fez o que muitos brasileiros gostariam de ter feito”. – (Foto: TV Senado, reprodução)
3.Convocação de Moisés. Ainda no início dos trabalhos da CPI da Covid, senadores tentavam dividir o desgaste ocasionado ao governo federal com governadores, ao pedir investigações sobre contratos para o combate à pandemia feitos nos estados. Nessa fase, a CPI chegou a convocar governadores para depor, após um acordo entre senadores da oposição e governistas (foto). Um deles foi o governador de SC, Carlos Moisés. O motivo era a polêmica compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões, que tiveram apenas 11 equipamentos entregues e utilizados pelo Estado, mas sem aproveitamento no combate à Covid.Semanas depois, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a convocação dos governadores , e a estratégia de chamar os chefes do Executivo estaduais foi interrompida. Ainda assim, o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, chegou a prestar depoimento.
3.Convocação de Moisés. Ainda no início dos trabalhos da CPI da Covid, senadores tentavam dividir o desgaste ocasionado ao governo federal com governadores, ao pedir investigações sobre contratos para o combate à pandemia feitos nos estados. Nessa fase, a CPI chegou a convocar governadores para depor, após um acordo entre senadores da oposição e governistas (foto). Um deles foi o governador de SC, Carlos Moisés. O motivo era a polêmica compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões, que tiveram apenas 11 equipamentos entregues e utilizados pelo Estado, mas sem aproveitamento no combate à Covid.Semanas depois, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a convocação dos governadores , e a estratégia de chamar os chefes do Executivo estaduais foi interrompida. Ainda assim, o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, chegou a prestar depoimento. – (Foto: Edilson Rodrigues, Agência Senado)
4.Rancho Queimado. Nos primeiros meses da pandemia de Covid, senadores governistas escolheram Rancho Queimado, na Grande Florianópolis, para defender a contestada tese do “tratamento precoce”. Jorginho Mello e Luiz Carlos Heinze (PP-RS) citaram dados do município para justificar um suposto sucesso no combate à pandemia. Números oficiais do governo do Estado, no entanto, comprovavam que não havia diferença entre Rancho Queimado e outras cidades catarinenses do mesmo porte até março deste ano, conforme mostrou o colunista da NSC, Ânderson Silva.O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), prestou depoimento à CPI da Covid e foi questionado por Heinze sobre o caso de Rancho Queimado, que chegou a ironizar.– As academias da Europa, dos Estados Unidos, Nova York, Califórnia, todo mundo quer, todo mundo está procurando. Que Rancho Queimado tenha descoberto a fórmula e ela se imponha, espero que sim – afirmou.Serviços de checagem como o Aos Fatos e o portal GaúchaZH fizeram verificações sobre a situação de Rancho Queimado e apontaram que a cidade catarinense não era diferente de outros municípios.
4.Rancho Queimado. Nos primeiros meses da pandemia de Covid, senadores governistas escolheram Rancho Queimado, na Grande Florianópolis, para defender a contestada tese do “tratamento precoce”. Jorginho Mello e Luiz Carlos Heinze (PP-RS) citaram dados do município para justificar um suposto sucesso no combate à pandemia. Números oficiais do governo do Estado, no entanto, comprovavam que não havia diferença entre Rancho Queimado e outras cidades catarinenses do mesmo porte até março deste ano, conforme mostrou o colunista da NSC, Ânderson Silva.O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), prestou depoimento à CPI da Covid e foi questionado por Heinze sobre o caso de Rancho Queimado, que chegou a ironizar.– As academias da Europa, dos Estados Unidos, Nova York, Califórnia, todo mundo quer, todo mundo está procurando. Que Rancho Queimado tenha descoberto a fórmula e ela se imponha, espero que sim – afirmou.Serviços de checagem como o Aos Fatos e o portal GaúchaZH fizeram verificações sobre a situação de Rancho Queimado e apontaram que a cidade catarinense não era diferente de outros municípios. – (Foto: Edilson Rodrigues, Agência Senado)
5.Médico de SC convocado por engano. Na extensa lista de depoentes da CPI da Covid, teve até gente “convocada” por engano. Foi o caso do médico infectologista Ricardo Dimas Zimmermann, de Balneário Camboriú. Ele teve o nome divulgado pelo Senado como um dos especialistas defensores do dito “tratamento precoce”, que seriam ouvidos a pedido do senador gaúcho Luis Carlos Heinze.No entanto, o convite era direcionado a outro infectologista, o gaúcho Ricardo Ariel Zimmermann - um homônimo do médico catarinense, e que tem a mesma especialidade. O que diferencia os dois é o nome do meio. Ricardo Ariel Zimmerman – o gaúcho – é um notório propagador da cloroquina e da ivermectina. O equívoco foi notado pela CPI no Senado e o médico de SC nem chegou a receber o convite oficial.
5.Médico de SC convocado por engano. Na extensa lista de depoentes da CPI da Covid, teve até gente “convocada” por engano. Foi o caso do médico infectologista Ricardo Dimas Zimmermann, de Balneário Camboriú. Ele teve o nome divulgado pelo Senado como um dos especialistas defensores do dito “tratamento precoce”, que seriam ouvidos a pedido do senador gaúcho Luis Carlos Heinze.No entanto, o convite era direcionado a outro infectologista, o gaúcho Ricardo Ariel Zimmermann – um homônimo do médico catarinense, e que tem a mesma especialidade. O que diferencia os dois é o nome do meio. Ricardo Ariel Zimmerman – o gaúcho – é um notório propagador da cloroquina e da ivermectina. O equívoco foi notado pela CPI no Senado e o médico de SC nem chegou a receber o convite oficial. – (Foto: Reprodução)
6.Naatz e Sargento Lima na CPI. Outros catarinenses que “quase” participaram da CPI da Covid foram os deputados estaduais Ivan Naatz e Sargento Lima (PL). Os dois foram convocados pelo senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) para falar sobre a polêmica compra dos 200 respiradores pelo governo de SC. Naatz e Sargento Lima foram, respectivamente, relator e presidente da CPI que apurou o caso na Assembleia Legislativa de SC, ainda em 2020 (foto). A CPI termina nesta semana, no entanto, sem ouvir os parlamentares catarinenses.
6.Naatz e Sargento Lima na CPI. Outros catarinenses que “quase” participaram da CPI da Covid foram os deputados estaduais Ivan Naatz e Sargento Lima (PL). Os dois foram convocados pelo senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) para falar sobre a polêmica compra dos 200 respiradores pelo governo de SC. Naatz e Sargento Lima foram, respectivamente, relator e presidente da CPI que apurou o caso na Assembleia Legislativa de SC, ainda em 2020 (foto). A CPI termina nesta semana, no entanto, sem ouvir os parlamentares catarinenses. – (Foto: Bruno Collaço, Agência Senado)

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