A Copa do Mundo se aproxima, e com ela as lembranças de Mundiais passados. Há muita história para contar das 19 edições anteriores, mas como seria praticamente impossível citar tudo que os torneios já produziram, ZH Esportes irá enfileirar momentos marcantes nesses 84 anos.
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Confira as matérias da série Momentos da Copa
Diariamente, até o início do evento, serão publicados cinco destaques de um determinado tema. Certamente muitos faltarão, e contamos com você, leitor, para relembrar essas relíquias do futebol.
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Confira cinco cartões vermelhos que deixaram de ser mostrados:
Claudio Gentile – Itália (segunda fase) – Espanha (1982)

Ao fundo, de bigode e calção número 6, Claudio Gentile
Foto: Adolfo Alves / Agência RBS
Para abrir a lista, nada menos que o carrasco de Maradona e Zico na Espanha. Na segunda fase da Copa de 1982, formaram-se quatro grupos, em um deles Itália, Brasil e Argentina. A primeira vítima do bigodudo Claudio Gentile foi Maradona. O defensor italiano não largou do “Pibe de Ouro”, tanto que cometeu cerca de uma dezena de faltas, somente no camisa 10 argentino. Recebeu o amarelo e seguiu batendo. Nada do vermelho.
Na partida conhecida como o “Desastre do Sarriá”, Gentile colou em Zico. Fez dele o mesmo saco de pancadas que Maradona. Foi amarelado logo no início do jogo. Minutos depois, puxou a camiseta do Galinho dentro da área até arrancar um pedaço do pano. Seria pênalti para o Brasil e expulsão certa de Gentile. Mas o juiz não viu nada. E o final todos já estamos cansados de saber.
Clique aqui e relembre os lances de Gentile contra Maradona e Zico
Harald Schumacher – Alemanha 3 (5) x (4) 3 França (semifinal) – Espanha (1982)

Foto: Reprodução / YouTube
O jogo começou movimentado. Na primeira metade da etapa inicial, já estava empatado em 1 a 1. Porém, o ímpeto das duas equipes parou por aí. Já no segundo tempo, o francês Patrick Battiston, que havia entrado no lugar de Genghini, recebeu lançamento de três dedos do craque Michel Platini. A bola saiu quase do meio do campo e atravessou a defesa alemã.
Na corrida, Battiston viu o goleiro Schumacher sair desesperadamente da meta e deu um leve toque, mas errou o alvo. Quem não errou foi Schumacher. Ele pulou e acertou o adversário com o joelho. Battiston caiu desacordado, e assim permaneceu por 30 minutos. Muitos chegaram a pensar que ele tinha morrido. O árbitro nem falta marcou. O francês quebrou dentes e vértebras. Na disputa por pênaltis, Schumacher seria o herói, ao pegar uma cobrança e levar o time à final contra a Itália.
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Josip Simunic – Croácia 2 x 2 Austrália – Alemanha (2006)
Na verdade, o zagueirão croata foi expulso. Mas somente após receber TRÊS cartões amarelos na mesma partida. E todos no segundo tempo. O primeiro, ao reclamar do juiz Graham Poll, aos 16 minutos. Faltando um minuto para o término da partida, fez falta violenta em Kennedy e levou mais uma amarelada.
Pelos cálculos de qualquer ser desprovido de muita inteligência, seria expulso com a soma dos dois cartões. Porém, o árbitro provavelmente não anotou a primeira infração. Não convencido da colher de chá, no fim da partida Simunic reclamou de novo de Poll, que lhe deu o terceiro amarelo e, enfim, mostrou o vermelho. A Croácia era eliminada da Copa com o empate.
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Cheick Tioté – Brasil 3 x 1 Costa do Marfim (primeira fase) – África do Sul (2010)

Foto: Roberto Schmidt / AFP
No segundo jogo do Brasil na última Copa, a vitória classificava o time de Dunga às oitavas de final. Aos 30 minutos do segundo tempo, o jogo já estava 3 a 0 para a Seleção. Em uma disputa de bola no meio-campo, o marfinense Tioté abandonou a lealdade e mostrou as travas da chuteira para o meia Elano. Ele literalmente pisou na canela do camisa 7.
Ao lado do lance, o lateral-direito Maicon se desespera, põe as mãos na cabeça, teme pelo pior. O árbitro nem falta marcou. Elano deixou o campo carregado, não entrou mais em campo no Mundial e denunciou a violência do time adversário. Os africanos abusaram da violência naquele jogo, e o único expulso foi Kaká.
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Nigel de Jong – Espanha 1 x 0 Holanda (final) – África do Sul (2010)

Foto: Pierre-Philippe Marcou / AFP
Depois de muitos anos, uma Copa do Mundo foi decidida por duas seleções que nunca haviam levantado o tão cobiçado troféu. Holanda e Espanha tinham as melhores equipes do Mundial e, por isso, fizeram um duelo bastante equilibrado. Com os dois times nervosos, o placar não saía do zero e as disputas ganhavam intensidade no campo de jogo.
Mas o lance emblemático ocorreu aos 28 minutos do primeiro tempo: a bola é afastada pela defesa holandesa e Xavi, de primeira, toca no ar para Xabi Alonso. O volante vai com a cabeça, mas do outro lado há Nigel De jong, que exibe uma voadora de dar inveja a Bruce Lee. Atingido no peito, o espanhol cai estatelado com as marcas das chuteiras do adversário. O árbitro inglês Howard Webb opta por mostrar apenas o cartão amarelo ao agressor.