A Copa do Mundo se aproxima, e com ela as lembranças de Mundiais passados. Há muita história para contar das 19 edições anteriores, mas como seria praticamente impossível citar tudo que os torneios já produziram, ZH Esportes irá enfileirar momentos marcantes nesses 84 anos.
Continua depois da publicidade
Confira as matérias da série Momentos da Copa
Diariamente, até o início do evento, serão publicados cinco destaques de um determinado tema. Certamente muitos faltarão, e contamos com você, leitor, para relembrar essas relíquias do futebol.
Continua depois da publicidade
Confira aqui as cinco defesas inesquecíveis das Copas:
Gordon Banks defende cabeçada de Pelé – Brasil 1 x 0 Inglaterra, Copa do México 1970

Famosa por ser a maior e mais difícil defesa das Copas. Logo aos 11 minutos do primeiro tempo, Carlos Alberto manda para Jairzinho. Ele cruza da direita para Pelé, que consegue pular mais alto que o zagueiro Wright e cabecear a bola em direção ao chão da pequena área com uma rapidez impressionante. O gol era certo. Ninguém contava que Gordon Banks conseguisse pular com uma rapidez impressionante e bater a bola para cima do travessão. O momento foi seguido de um breve silêncio e um aplauso merecido ao goleiro inglês. Ninguém conseguiu acreditar que uma defesa tão rápida tinha realmente acontecido.
Ainda no primeiro tempo, Félix também pegou uma cabeçada à queima roupa de Lee – e ainda levou um chute no pescoço do atacante. Mas nada conseguiu tirar o brilho de uma defesa tão espetacular de Pelé. Já no segundo tempo, Tostão bate para o Rei, que retribui o excelente passe para Jairzinho, marcando o gol do Brasil. A partida estava garantida, com dois belos lances no primeiro Mundial transmitido ao vivo e a cores pela televisão brasileira.
Leão quase segura o Carrossel Holandês – Brasil 0 x 2 Holanda, Copa da Alemanha, 1974

Apesar de ambos chegarem às quartas-de-final com duas vitórias, a Holanda triturava os adversários com seu impressionante Carrossel. Já o time de Zagallo ia mal. Paulo César perdeu um belo gol na cara de Jongbloed, mandando a bola em cima do goleiro. Mas quem estava em cima mesmo era a Holanda. Por um momento, pareceu que Leão compensaria a inferioridade da Seleção. Após um cruzamento na área, a defesa brasileira falha e a bola sobra para o capitão Johann Cruyff, que avança e consegue mandar a bola direto para as redes. Seria gol, mas Leão se atirou e conseguiu desviar.
Mesmo com a frustração momentânea do holandês, a defesa não foi suficiente para salvar o Brasil. O time de Zagallo levou dois gols, um de Neskeens, por cima de Leão, e outro extremamente rápido do próprio Cruyff, restando à Seleção disputar o terceiro lugar enquanto a Holanda ia para a final – perder para a Alemanha.
Continua depois da publicidade
Rinat Dassaev elimina a Escócia – União Soviética 2 x 2 Escócia, Copa da Espanha 1982

Um dos melhores goleiros de sua época, Rinat Dassaev conseguiu manter nas Copas de 1982 e 1986 o legado do grande “aranha negra” Lev Yashin. No confronto com a Escócia, a União Soviética precisava de um empate, enquanto os escoceses só se classificariam com vitória. Dassaev mostrou logo no início do jogo que era, em campo, a personificação da Cortina de Ferro. Em um forte cabeceio de Jordan, ele consegue pular no canto do gol e mandar a bola para fora.
Dassaev era bom, mas não infalível: levou gol logo depois, quando Jordan, sozinho, toca na saída do goleiro para marcar o primeiro da Escócia. O soviético compensou com sobras depois, fazendo pelo menos quatro defesas inexplicáveis. No segundo tempo, a URSS conseguiu um gol difícil com Chivadze, após uma série de bloqueios da zaga escocesa, e o segundo veio após uma lambança no meio de campo escocês, dando o gol para Shengelia após um leve drible no goleiro Rough. A Escócia chegou a marcar o segundo, mas não adiantou: o empate levou a União Soviética às quartas de final.
O imbatível Michel Preud-Homme – Bélgica 1 x 0 Holanda, Copa dos Estados Unidos, 1994

Depois de uma estreia contida contra a Arábia Saudita, a Holanda foi com tudo para cima da vizinha Bélgica. Porém, o time laranja não contava com as defesas impossíveis de Michel Preud’Homme, um dos maiores goleiros de todos os tempos. Em sua segunda partida pela fase de grupos, as inimigas históricas fizeram um jogo violento, com a Holanda atacando mais – e parando no goleiro, que não havia sido vazado.
Um chute de Bergkamp provocou a grande defesa do jogo: depois que o craque holandês recebeu a bola, avançou até a grande área e chutou à queima-roupa, Preud’Homme pulou e espalmou para fora.
Continua depois da publicidade
O belga ainda fez defesas impressionantes: uma falta perigosa de Koeman no início do jogo, um chute cruzado de Rijkaard e, ao final, uma investida de Jonk, quando espalmou para o travessão e, num golpe de sorte, a bola voltou para ele. Com um gol de Albert, os belgas conseguiram a vitória sobre a rival. Infelizmente, perderam na partida seguinte contra a Arábia e, nas oitavas, para a Alemanha. Ainda assim, foi o auge da carreira de Preud’Homme, que ganhou o prêmio Yashin de Melhor Goleiro da Fifa.
Buffon defende cabeçada de Zidane – Itália 1 x 1 França (5 x 3 nos pênaltis), Copa da Alemanha, 2006

Defesa rápida de Buffon salvou a Itália do último gol de Zidane.
Foto: Christophe Ena/AP
Para Zinedine Zidane, a final da Copa de 2006 não significava apenas o título, mas também sua despedida do futebol. E parecia ter começado bem: o astro francês marcou o primeiro logo no início, após uma cobrança de falta, com a bola batendo no travessão e quicando dentro do gol. Os italianos, porém, descontaram logo depois, com um escanteio certeiro de Pirlo pela direita, mandando para Materazzi matar de cabeça. Mas na prorrogação do segundo tempo, Gianluigi Buffon salvou sua seleção do segundo gol de Zidane no jogo, que marcaria com brilho seu “adeus”. O atacante recebeu a bola de longe e pulou alto para cabecear, novamente no travessão. Com uma velocidade impressionante, o goleiro saltou ainda mais alto, bateu a bola e mandou para trás.
Ambos urraram ao final daquela defesa espetacular. O jogo ainda seguiu, mas minutos depois Zidane foi provocado por Materazzi e deu uma cabeçada que derrubou o zagueiro. Apesar de serem amigos de longa data, o próprio Buffon denunciou o francês ao árbitro, que acabou expulso da decisão de pênaltis que deu o título à Itália. Buffon ganhou o prêmio Yashin de melhor goleiro daquele ano. Zidane ganhou a Bola de Ouro, um prêmio de consolação se comparado ao gol que não marcou pela França.
Continua depois da publicidade