Emprestada do jargão militar, uma expressão comum na Redação casa perfeitamente com o momento que vivemos em Santa Catarina: força-tarefa. Ela é usada sempre que algum acontecimento significativo exija a mudança de funções e horários de jornalistas e ajustes nos processos do dia a dia. Uma força-tarefa é criada para eventos previsíveis e positivos – como Réveillon ou eleições -, mas também para acontecimentos repentinos e negativos, como o incêndio na boate Kiss e a onda de violência no Estado.
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Somar-se a uma força-tarefa na Redação costuma ser ao mesmo tempo cansativo e gratificante. A participação nessas grandes coberturas – seja na rua, perto dos fatos, ou na retaguarda, editando o conteúdo produzido – costuma resistir por muito tempo na memória dos profissionais.
Lembro, por exemplo, da primeira vez a que me juntei a uma, ainda como estudante. Era uma manhã de terça-feira quando alguém na Redação avisou:
– Parece que um avião bateu no World Trade Center.
Começava uma força-tarefa que se estenderia por meses, em 2001.
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Forças-tarefas também costumam ser intercaladas por períodos longos de maior tranquilidade. Mas não tem sido assim em 2013. À cobertura de Réveillon, seguiu-se a mobilização para o Planeta Atlântida, em janeiro. Dias depois, uma nova força-tarefa do Diário Catarinense – com integrantes de editorias diversas, como Esportes e Variedades – se formou para cobrir a tragédia em Santa Maria.
O grupo não chegou a se desmobilizar e uma nova força-tarefa já estava formada para cobrir a onda de ataques. O desembarque da Força Nacional em território catarinense, nesta sexta-feira, mostrou que a cobertura, intensa há duas semanas, ainda ocupará amplo espaço no jornal e no site pelos próximos dias.
No comando dessa força-tarefa, os editores de Geral, Jeferson Cioatto, e Segurança, Ivan Rodrigues, dão fôlego à equipe, principalmente a repórteres como Diogo Vargas, Felipe Pereira e Gabriela Rovai. Na linha de frente, os três são os responsáveis pelas dezenas de informações exclusivas e de bastidores que recheiam o DC desde novembro, quando se iniciou a primeira onda de atentados.
Pelo bem da população, aflita e exausta com a violência, os jornalistas envolvidos na cobertura torcem para que outra força-tarefa, a policial, ponha fim aos transtornos e prejuízos, desfazendo também a nossa mobilização.
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