Afetado pelas ressacas após as enchentes de 2008 e 2011 e sofrendo os desgastes naturais com o passar dos anos e das ondas, o Molhe de Navegantes passa por uma grande revitalização. A previsão é que os trabalhos durem até o final de 2013. Sob responsabilidade do Complexo Portuário de Itajaí, a fase inicial dos trabalhos foi concluída há poucas semanas com a recuperação e o reforço na estrutura do local.

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Foram duas as principais ações, feitas com cerca de R$ 17 milhões de recursos federais: a remoção de pedras do canal e o enrocamento (técnica que usa blocos de rocha compactados para formar barragens e evitar erosões). Agora, com autorização do Complexo, a prefeitura de Navegantes executa obras de iluminação pública no molhe, com custo de R$ 477 mil. Serão colocados 24 postes de aço, com altura de 12 metros, equipados com lâmpadas e projetores de alto rendimento. O objetivo é oferecer mais segurança e opções de lazer para quem vai a um dos principais cartões postais da cidade _ que continuará sendo revitalizado no ano que vem pelo poder público navegantino.

– Como bem físico, o molhe é do porto e a manutenção dele também é obrigação nossa. Mas a prefeitura de Navegantes pode investir em melhorias, como os postes de luz, até porque o local é também ponto turístico – explica o diretor técnico do Porto de Itajaí, André Pimentel.

Pensando no atrativo aos visitantes, a secretaria de Turismo de Navegantes já tem planos de continuar a reurbanização do molhe assim que a fiação elétrica e todas as luminárias estiverem instaladas. Previsto para começar nos primeiros meses de 2013, os projetos incluem bancos, áreas de passeio e ciclovia para que a área seja transitável por todos os públicos. Ainda não há valores orçados para estas obras.

– Acredito que esta etapa demore de três a quatro meses para ficar pronta – afirma o diretor de Turismo de Navegantes, Carlos Sérgio de Souza.

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Mercado Público e píer

O setor de turismo em Navegantes também vai investir em dois outros atrativos para o próximo ano. Um deles é a construção do Mercado Público, em um terreno próximo ao molhe, ao lado do Colégio Sinergia. A primeira audiência pública de impacto ambiental já ocorreu em junho e a segunda deve ficar para 2013. A partir daí ocorre também uma audiência de impacto na vizinhança, mas a data deste encontro depende do Projeto Orla, um comitê em fase de implantação que vai discutir questões referentes à praia. A outra obra de infraestrutura é um novo píer de atracação, formando uma espécie de complexo turístico com o Mercado.

– A princípio esse píer seria só para pescadores artesanais. Depois temos projeto de construir outros píeres que comportem transatlânticos – adianta Souza.

Polêmica durante a Regata Volta ao Mundo

Na passagem da Volvo Ocean Race por Itajaí, em abril deste ano, o Molhe de Navegantes foi alvo de discussões. A instalação de uma tenda para convidados da Volvo Group acompanharem a partida dos veleiros da Regata causou uma crise diplomática entre a prefeitura do município e o Porto de Itajaí. A estrutura impediu a visão dos barcos para os espectadores que não foram convidados, e provocou revolta na população.

Na época, tanto a prefeitura de Navegantes quanto o porto emitiram notas de esclarecimento, informando que o evento foi autorizado pelo porto e que o município não teve responsabilidade sobre o bloqueio de acesso. O mal-entendido ocorreu porque, embora esteja em Navegantes, o molhe faz parte da área chamada de porto organizado, que compreende toda a estrutura necessária para o funcionamento do complexo portuário _ e inclui os terminais de Itajaí e Navegantes. A área é da União, e está sob os cuidados do município de Itajaí desde 1997, quando o porto foi municipalizado.

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