A chanceler europeia, Federica Mogherini, em visita a Washington nesta terça-feira (7), pediu ao Congresso americano para “respeitar” o acordo sobre o programa nuclear iraniano, questionado por Donald Trump.

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O presidente americano se recusou, em 13 de outubro, a “certificar” o histórico acordo alcançado em 2015: sem denunciá-lo formalmente, o procedimento passa a bola ao Congresso, pedido para endurecer o texto por Trump, que ameaça com uma saída dos Estados Unidos se suas exigências não forem satisfeitas.

Um grupo de legisladores anunciou que prepara um projeto de lei cujo alcance não está claro.

“O que disse às pessoas no Capitólio é que os Estados Unidos devem respeitar o acordo e tive garantias da parte deles, de vários atores”, revelou Mogherini após se reunir com representantes do Congresso. “Tive sinalizações claras de que a indicação é agir de forma que os Estados Unidos continuem respeitando o acordo”.

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Mogherini alertou, também, que a tensão crescente entre Arábia Saudita, Irã e seus respectivos aliados no Oriente Médio “pode ter repercussões extremamente perigosas”.

Ela não chegou a criticar o apoio de Trump à agressiva política do príncipe saudita Mohamed bin Salman contra o Irã, mas esclareceu que, na Europa, as autoridades preferem que ambas partes reduzam a retórica e busquem “um ponto mínimo em comum” sobre o qual possam construir a paz.

“Permitam-me trazer um pouco de sabedoria europeia, neste mundo que parece ter ficado completamente louco: é perigoso”, alertou, após lamentar que o pedido de calma não seja mais repetido no mundo.

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“O nível de confronto na região pode ter repercussões extremamente perigosas, não somente para a região, mas também para seus aliados”, insistiu.

Nem Trump, nem o homólogo de Mogherini, o secretário de Estado, Rex Tillerson, estavam em Washington para sua visita. Ambos realizaram uma viagem pela Ásia dominada pelo assunto norte-coreano.

Mas Trump separou um tempo em sua viagem para tuitar seu apoio à política “anticorrupção” de Bin Salman, no âmbito da qual 11 príncipes e dezenas de políticos e líderes empresariais foram presos.

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Os Estados Unidos, por meio de sua embaixadora na ONU, Nikki Haley, também apoiaram a reivindicação saudita de que o Irã teria fornecido um míssil para os rebeldes do Iêmen que foram atingidos na Arábia Saudita em julho.

Outro míssil foi lançado no sábado na Arábia Saudita, e Riad novamente acusou o Irã de fornecer isso aos rebeldes.

A diplomata europeia também disse que, entre as suas “principais preocupações”, está a situação no Líbano, onde o primeiro-ministro Saad Hariri anunciou sua demissão, acusando a organização xiita Hezbollah e seu aliado iraniano de terem “controle” de seu país.

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* AFP