Concentrar esforços nas exportações e modernizar leis trabalhistas são algumas das principais apostas do governo federal para retomar o crescimento, de acordo com o interino do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Furlan. Ele se reuniu nesta segunda-feira, 11, com representantes da Federação da Indústria de Santa Catarina (Fiesc).
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— Se a gente usar a palavra flexibilizar, pode dar margem a outras interpretações. Precisamos modernizar (as leis trabalhistas) – disse Furlan. — Há um consenso no governo quanto a isso.
Segundo ele, a questão é “ponto fulcral” para o governo. Posteriormente, ao falar de tendências atuais no mercado de trabalho, o interino comentou que o próprio ministério estabeleceu que parte do seu quadro poderá trabalhar no esquema teletrabalho, ou seja, de casa, desde que cumpram metas de aumento de produtividade. Para o ministro, além de proporcionar corte de custos, é melhor para a saúde do trabalhador.
As exportações, no entanto, dominaram quase toda a pauta da reunião. O ministro buscou tranquilizar os empresários ao garantir que está sendo feito um trabalho para o país voltar a crescer. Boa parte disso são conversas para acordos comerciais. Neste ano, por exemplo, o Brasil fechou acordo com o Peru para compras governamentais. Isso quer dizer que qualquer empresa brasileira poderá concorrer em licitações em pé de igualdade com empresas peruanas. Segundo o Furlan, é o primeiro acordo do tipo fechado pelo Brasil.
O governo federal também renovou o acordo de comércio de automóveis com a Argentina, fechou outro do mesmo tipo com o Uruguai e está em tratativas para fazer um acordo semelhante com o Paraguai. Além disso, há a expectativa de fazer com o México um acordo mais amplo, que não envolva apenas automóveis.Também querem ampliar acordo com Índia e África Austral. O Mercosul também está na pauta.
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– Já temos autorização do governo para iniciar conversas de acordo Mercosul – Canadá e Mercosul – EFTA ( Associação Europeia de Livre Comércio).
Questionado pelo empresário Oswaldo Moreira Douat sobre a possibilidade de Nicolas Maduro assumir a presidência rotativa do Mercosul, Furlan disse haver “um movimento de Brasil e Argentina para que a Venezuela passe a vez na presidência”. Mas, do lado dos empresários, a preocupação maior é relativa a um possível aumento de impostos.
– Se for imprescindível [o aumento de impostos], que seja temporário. – disse ao ministro o conselheiro da Fiesc Carlos Rodolfo Schneider.
Furlan também destacou que o ministério recebeu, na última semana, a USTR, órgão do governo norte-americano para o comércio. Na reunião, a representante norte-americana sugeriu que Brasil e EUA atuem em conjunto para combater as barreiras aos produtos agrícolas de ambos e estabelecer negociações com outros países.
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— É algo que ainda tem que ser conversado com cuidado, mas já mostra um novo espírito. O mundo está mudando de um multilateralismo para pluri e bilateralismo – ponderou.
Além das exportações, o investimento em infraestrutura seria outro eixo importante para a retomada do crescimento na visão do MDIC.