Com a definição da Organização Mundial da Saúde que cita os alimentos embutidos, como linguiça e salsicha, entre produtos que aumentam a incidência de câncer, muitas dúvidas surgiram na hora de fazer as compras. No entanto, a nutricionista Helouse Odebrecht acredita que o alimento embutido não pode ser simplesmente colocado em uma posição de vilão no prato do brasileiro. Ela defende que haja moderação no consumo e o ideal é que as pessoas comam esses alimentos alternados com outras fontes de proteína, como ovos e queijos.
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– Sabemos há muito tempo que os alimentos embutidos não são saudáveis. São processados e obrigados pela lei a receber conservadores. Essas substâncias em excesso são cancerígenas, mas isso não é novidade – afirma.
A dica da nutricionista é que a alimentação seja pensada de uma maneira global e o excesso seja combatido. Ou seja, não adianta remover os embutidos da dieta e não ingerir frutas em quantidade suficiente ou exagerar em outros alimentos que não são considerados saudáveis. De acordo com Helouse, as frutas são importantes pois auxiliam o fígado na desintoxicação diária.
A nutricionista também diz que o consumidor deve ficar atento à qualidade dos embutidos e ler os ingredientes. Além disso, é importante optar por produtos da região, que além de desenvolverem a economia do Estado não viajaram muito até chegar aos mercados da cidade.
– Mais importante do que ficar neurótico é ter uma base nutricional sólida e saber o que está comendo – aconselha.
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Na avaliação do oncologista clínico, pesquisador e ex-professor da Univali, Giuliano Santos Borges, os embutidos devem ser colocados na categoria dos alimentos que, apesar de não serem saudáveis, proporcionam prazer alimentar, e isso deve ser levado em conta na hora de decidir o que comer.
– Sabemos que pode fazer mal à saúde, mas aquele alimento vai me dar prazer. Não adianta ter uma vida saudável e não ter os prazeres da vida. Temos que ter o equilíbrio para manter os embutidos, assim como a cerveja – avalia.
O especialista também considera exagerada a definição da OMS, que compara os embutidos ao cigarro na lista de produtos cancerígenos:
– Temos que ter um embasamento muito complexo para fazer essa comparação com o cigarro. Os embutidos fazem parte de nossa rotina. Não tem como acompanhar uma pessoa que nunca comeu embutido – analisa.
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Os alimentos fazem parte do grupo 1, que é composto por substâncias que comprovadamente aumentam o risco de câncer. Estão ao lado do tabaco, bebidas alcoólicas e radiação solar. O consumo de 50g de carne processada por dia, o equivalente a duas fatias de bacon, aumenta o risco de câncer no intestino grosso e no reto em 18%, segundo a pesquisa divulgada. O aviso veio também para o consumo excessivo de carne vermelha. Pela falta de provas, a organização enquadrou este alimento no grupo 2A, composto por substâncias provavelmente cancerígenas. O consumo também foi associado a tumores no pâncreas e na próstata.
Tipos de carne
Processadas
– Aquelas que são transformadas por fermentação, defumo ou qualquer técnica com o objetivo de realçar o sabor e melhorar a conservação.
– Exemplos: bacon, salsicha, presunto, linguiças, carne enlatada, carne seca e carnes em conserva
Vermelhas
– Todos os tipos de carne que têm origem no músculo de mamíferos.
– Exemplos: carnes de boi, porco e cordeiro.