O modelo adotado pela Fundação Empreender para melhorar a gestão de entidades empresariais e capacitar empresários já chegou a 25 países de cinco continentes. A iniciativa surgiu em Joinville em 1991. Disseminou-se pelo Brasil para depois se espalhar pelo mundo.

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O consultor Jordi Castan faz este trabalho, que dura, no máximo, três anos em cada instituição. Pesquisa mostra que o resultado é a melhora de desempenho dos negócios em países periféricos. O Leste europeu é a bola da vez a conhecer a técnica.

Jordi é consultor e paisagista. É sócio-fundador da Associação de Produtores de Plantas Ornamentais de SC e da câmara setorial de floricultura catarinense. Foi também presidente da Fundação Empreender. Nascido em Barcelona, na Espanha, está em Joinville desde 1985.

Montou empresa de projetos de paisagismo e plantas ornamentais. Participou da diretoria da Associação Empresarial de Joinville por 14 anos e comandou núcleo setorial na entidade.

O COMEÇO

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– Surgiu o modelo de núcleos setorias na Acij, em 1991, e depois nas entidades empresariais em Blumenau e Brusque. No começo, houve apoio da Alemanha para a iniciativa vingar em Santa Catarina. O projeto da Fundação Empreender foi, depois, levado para todo o Brasil via Sebrae, Facisc e confederação das associações, a partir de 1999-2000.

SUBVENÇÃO

O Sebrae subvencionava a expansão do trabalho. Quando parou de subsidiar, as ações continuaram nas associações maiores. A Fundação Empreender transferiu experiências a associações em diferentes Estados. E se espalhou para outros países. Isso dá a dimensão da importância do movimento.

PERIFÉRICOS

O trabalho continua até hoje. O projeto chegou a países pobres e da periferia via consultoria. Jordi Castan é um dos consultores cadastrados para fazer essa transferência de conhecimentos e métodos para aprimorar gestão de associações empresariais em todo o mundo.

25 PAÍSES

– Estamos transferindo o modelo brasileiro para 25 países. Começou com o Uruguai, Chile e Argentina. A partir daí, outros países copiaram o modelo. O primeiro fora da América Latina a receber a tecnologia foi Srilanka, na Ásia, há sete anos, quando ocorreu o devastador tsunami. Depois, a iniciativa se estendeu para o Vietnã, Filipinas e Mianmar.

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NAÇÕES

Associações empresariais de Moçambique, Angola, Argélia, Marrocos, Senegal e Ruanda já tiveram consultoria de Jordi Castan. Na América do Sul, o trabalho foi desenvolvido no Uruguai, Chile, Argentina, Paraguai, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. Na América Central, o modelo foi adotado em países como Guatemala, El Salvador e Honduras.

TRÊS ANOS

– Os projetos, independentemente do país, duram sempre até três anos. É o tempo para a iniciativa ser aplicada e replicada com sucesso para viabilizar desenvolvimento econômico e gerar mais riqueza local.

LESTE EUROPEU

– Apurado o sucesso nos países onde os projetos foram implantados, a próxima fronteira a ser alcançada é a de países da antiga União Soviética e dos balcãs, para incentivar ações empresariais. Agora estamos atuando na Albânia. É laboratório naquela região. Kosovo, Montenegro e Macedônia demonstram interesse. O formato de criação dos núcleos é diferente, dependendo da colonização a que foi submetida a população.

LÍNGUAS

O consultor tem, por dever, saber fluentemente, inglês, espanhol, português e francês. Além disso, como o trabalho é feito em alguns países africanos, também nos comunicamos em línguas tribais, em Ruanda e Angola, por exemplo.

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SUL-SUL

– O trabalho, na prática, transfere conhecimento do Brasil para países africanos. Aquilo que se chama, na linguagem diplomática, de relação comercial Sul-Sul. A Europa tem interesse em desenvolver estas organizações e associações em regiões empobrecidas do continente para evitar o aumento da migração.

RESULTADOS

– É significativa a evolução de desempenho de empresas que aprenderam e praticam técnicas mostradas ao longo de treinamento feito. Por exemplo: as companhias com até dez funcionários aumentaram em 32% o número de empregos. Aquelas que tinham entre 11 a 25 empregados cresceram 16%.

PERCEPÇÃO MELHORA

– No começo, antes do projeto surgir, só 34% das empresas tinham boa imagem das associações empresariais. Depois de três anos, o percentual de aprovação sobe para 98% do total. Antes de surgirem os núcleos, 85% das empresas viam as demais apenas como concorrentes. Ao final do processo, só 1% continua a encará-las como rivais. A mudança na forma de enxergar os negócios e demais empresários age a favor da cooperação.

MELHOROU

– Levantamento também indica melhora na forma como o empresário avalia seu próprio negócio. Antes da consultoria, 4% a percebia como ótima. Três anos depois, o percentual pula para 17%. Antes, 7% admitem não estar bom. O índice caiu para 1%.

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