Uma moção aprovada pela Câmara de Vereadores que pede a retirada dos trilhos de trem em desuso na avenida Getúlio Vargas traz de volta a discussão sobre o assunto em Joinville. Rodrigo Fachini (MDB) foi quem apresentou o pedido à Prefeitura no início deste mês. Ele entende que a intervenção resultaria em mais fluidez e segurança a motoristas e pedestres.

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Na avenida, existem dois trilhos próximos à estação ferroviária. Um deles ainda é usado pelos trens, mas o outro está desativado. Os motoristas precisam reduzir a velocidade e passar por ambos para seguir caminho. Segundo Fachini, a malha ferroviária que passa pelo perímetro urbano de Joinville já causa transtornos, e manter um trilho em desuso contribui para piorar essa situação.

— Essa é uma ação muito simples, com um custo muito baixo, mas que vai melhorar o dia a dia das pessoas, especialmente aquelas que passam por ali diariamente, seja de carro, de moto, bicicleta, mas, principalmente, os cadeirantes, aqueles que têm a mobilidade reduzida, até mães com carrinho de bebê — explica.

De acordo com a Prefeitura, a moção foi protocolada na Secretaria de Governo na última quinta-feira e, em seguida, despachada para análise das secretarias de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável (Sepud).

As duas secretarias vão dar a orientação sobre a retirada dos trilhos desativados. Segundo a Prefeitura, nada poderá ser feito pelo município sem autorização da Rumo Logística. Já a concessionária informou que os trilhos podem ser retirados apenas após a autorização do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que é o dono do bem.

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A Rumo também esclareceu que ainda não recebeu pedido para a retirada dos trilhos, mas caso receba, o assunto será tratado com o DNIT. A reportagem entrou em contato com o departamento nacional, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Apesar de não ser o responsável por retirar os trilhos, o município afirmou que vai consultar a Rumo para obter autorização de fechar aquele espaço.

Contorno ainda longe de mudar

O contorno ferroviário é uma obra antiga que pretende tirar a passagem do trem da área urbana de Joinville, criando um novo traçado. No entanto, quando a obra for concluída, não significa que os trilhos, necessariamente, também serão retirados. Isso porque poderão ser aproveitados para outros tipos de transportes urbanos.

O início das obras do contorno ocorreu em maio de 2009, com prazo de entrega de três anos. Ela foi paralisada em 2011 devido a problemas com a estabilização do solo no trecho da bacia do rio Piraí (região de solo mole). O DNIT aguarda a revisão do projeto executivo para retomar os trabalhos. Esse processo deve ficar pronto em maio, mas como não há previsão de recursos no orçamento da União, a licitação deverá ser realizada apenas em 2019.

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Enquanto a obra esteve em andamento, foram realizadas terraplenagem e drenagem no trecho próximo à interseção com a BR-101 (perto da Curva do Arroz). Foram investidos R$ 14,5 milhões até junho de 2011, quando tudo foi paralisado.

A obra prevê que a nova linha seja dividida em três subtrechos ao longo de 17,9 km de extensão: o primeiro saindo das proximidades da Estrada Poço Grande com a BR-280, em Guaramirim; o segundo, em Joinville; e o terceiro, entre Joinville e Guaramirim. No último trecho, a ferrovia faz ligação com a atual linha férrea, nas imediações do rio Parati, entre Araquari e São Francisco do Sul.