Salvador teve o pior desempenho em termos de mobilidade entre as sedes da Copa das Confederações. A informação é de um estudo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgado na última semana. De acordo com a pesquisa, a cidade teve desempenho regular. O trabalho levou em conta o esquema de mobilidade montado nas capitais durante os dias de jogo e seu legado para cada município.
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A avaliação apontou que a falta de organização e de prioridade ao transporte público prejudicaram o desempenho. O potencial para melhorias estaria na gestão das obras, no sistema de informação ao usuário, acessibilidade e conflito entre os modos de transporte. Segundo o diretor técnico da NTU, André Dantas, Salvador não tem grandes projetos para a área, o que exige muitas intervenções operacionais pontuais durante os grandes eventos, sem benefícios de longo prazo para a população. Exemplo disso é que o prefeito ACM Neto declarou feriados em todos os dias de jogos, inclusive um sábado, a fim de reduzir o fluxo de veículos e evitar grandes transtornos.
Durante os três jogos, ocorridos nos dias 20, 22 e 30 de junho, a cidade apostou no isolamento do trânsito em áreas próximas ao estádio para favorecer o uso do transporte coletivo, misturando taxis, transporte coletivo e shuttles. Nesse último caso, foram instalados bolsões de estacionamento como foco para que os torcedores utilizassem o transporte.
Para a assessora de mobilidade da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Sedur), Grace Gomes, o relato não condiz com a realidade. Também coordenadora em nível estadual do Plano de Mobilidade para Grandes Eventos de Salvador, ela afirma que o estudo mistura indicadores de forma inadequada e iguala desempenho de mobilidade ao plano operacional do setor para as copas.
Já o superintendente da Transalvador, órgão municipal de tráfego, Fabrizzio Müller, faz questão de ressaltar que a mobilidade é um problema grande e antigo na cidade, e que o próprio prefeito afirmou publicamente que Salvador não estava preparada para a Copa das Confederações.
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– Sem verbas previstas e com a cidade muito endividada, precisamos trabalhar com o que tínhamos. Mesmo assim, nossa operação foi muito elogiada pela Fifa e pelo Ministério das Cidades – concluiu.