O plenário da Câmara Federal deve votar hoje o polêmico projeto da reforma política, que prevê medidas de proteção de parlamentares envolvidos em casos de corrupção e procura viabilizar os que vão tentar a reeleição.

Continua depois da publicidade

Os três pontos mais criticados já são conhecidos: o primeiro prevê a criação do Distritão, considerado uma indecência que em nada vai contribuir para renovação dos quadros políticos e dos parlamentos, uma das aspirações da maioria da população.

O segundo cria um Fundo Eleitoral de 3 bilhões e 600 milhões de reais para financiamento das campanhas políticas. Partidos e candidatos já tem direito a um bilionário Fundo Partidário. Contam com o privilégio do horário eleitoral, que também é pago com dinheiro do contribuinte. E agora querem esta imoralidade do Fundo Eleitoral.

O terceiro é a cláusula de sigilo para contribuições de pessoas físicas os partidos e candidatos. Outro recurso que tende a aumentar a corrupção nas eleições.

Nos bastidores, deputados e senadores articulam a volta das doações das empresas privadas para as campanhas, proibidas por decisão do Supremo Tribunal Federal em 2015. Está mais do que provado que o gigantesco esquema de corrupção descoberto pela Lava-Jato veio com o pagamento de propinas e participação financeira de grandes empresas nas campanhas eleitorais. E os parlamentares insistem na volta desta anomalia indecente.

Continua depois da publicidade

Para encerrar, a Câmara Municipal da Capital foi surpreendida com projeto de lei complementar do prefeito Gean Loureiro, criando uma Taxa de Manejo de Resíduos Sólidos, substituindo a Taxa de Coleta, mas impondo um reajuste de 62%, segundo o vereador Afranio Boppré. O prefeito diz que está apenas regulamentando a lei e que ouviu as entidades.

No projeto revela que a Comcap sugou no ano passado 118 milhoes de reais do bolso dos contribuintes. É a mais cara do Estado e do Brasil.