A vitória de Gean Loureiro, em Florianópolis, de Udo Döhler, em Joinville, e do tucano Napoleão Bernardes, em Blumenau, transformaram o PMDB no partido mais forte, disparado em Santa Catarina, e o grande vitorioso do segundo turno.

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Começa pelos números. O PMDB, a partir de 1º de janeiro, contará com 100 prefeitos, 71 vice-prefeitos e 855 vereadores. Nos municípios que vai administrar terá uma população de 2.460.331 habitantes, o que é extremamente significativo pela proporcionalidade e pela expressão política regional. O segundo colocado é o PSD, que elegeu 61 prefeitos, 48 vices e 458 vereadores, para um contingente populacional de 1.442.656 pessoas, quase a metade do líder estadual. O PSDB, outro grande vitorioso, está em terceiro lugar, com 39 prefeitos, 33 vices e 355 vereadores, para 1.285.809 cidadãos. O PP é o quarto colocado, com 46 prefeitos, 55 vices e 496 vereadores e uma população de 682.415 pessoas. O PSB surge na quinta posição, com 10 prefeitos, oito vices e 95 vereadores, para um contingente de 552.186 cidadãos. E o PT, maior derrotado no Estado e no Brasil, em sexto, com 20 prefeitos, 20 vices e 205 vereadores.

As diferenças entre população menor do que o número de prefeitos se explica pela densidade dos municípios. Os tucanos, por exemplo, conquistaram importantes municípios. Outra estatística reveladora indica que nos 60 maiores colégios eleitorais de Santa Catarina, representando 71,21% do eleitorado e 74,22% da população, o PMDB também lidera com 14 prefeituras, seguido do PSD com 17, o PSDB com 13, o PP com seis, o PSB com cinco e o PT com apenas um município (Imbituba).

A partir desta semana e antes mesmo da posse dos eleitos, os principais dirigentes partidários e os parlamentares começam a avaliar estes números para definição de candidaturas e perspectivas para 2018. Na projeção política e neste jogo o governador Raimundo Colombo deverá ter papel decisivo.

A transição

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O prefeito eleito de Florianópolis, Gean Loureiro (PMDB), anunciou que ainda hoje vai pedir uma reunião com o prefeito Cesar Souza Junior (PSD) para iniciar o processo de transição. Está determinado também a fazer uma completa reestruturação administrativa na prefeitura. Começará a montar a equipe a partir desta semana. Um dos primeiros nomes da lista é de Constâncio Maciel Filho, um dos principais coordenadores da campanha.

O reforço

O prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) teve a campanha oxigenada em Blumenau no segundo turno com a participação ativa de lideranças nacionais e estaduais. Lá esteve o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Depoimentos de apoio foram dados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelos senadores Aécio Neves e José Serra. O senador Dalírio Beber (PSDB) e o ex-deputado Paulo Gouvea (DEM) deram plantão.

O discurso

Quando os pessedistas já contavam como certa a virada em Joinville com Darci de Matos, o PMDB executava sua estratégia para garantir o fatoritismo de Udo Döhler. O forte discurso do prefeito contra a ausência do governo Colombo na cidade acabou beneficiando Döhler. Leitura: a maioria os eleitores do Norte comprou seu discurso.

A dívida

Um dos problemas que a nova administração de Joinville vai enfrentar neste momento financeiro crítico se refere às dívidas. São R$ 60 milhões com fornecedores, R$ 30 milhões pelos serviços do lixo e R$ 120 milhões do Ipreville. E na outra ponta a dívida ativa de um R$ 1 bilhão que, se executada, pode aliviar o caixa da prefeitura.

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Vitoriosos

O vice-governador Eduardo Pinho Moreira é o grande vitorioso da eleição de segundo turno em Santa Catarina. O PMDB manteve a prefeitura de Joinville, reconquistou Florianópolis e apoiou a reeleição de Napoleão Bernardes, do PSDB, em Blumenau. Foi Moreira quem articulou e viabilizou o projeto comum do PMDB com o PSDB em várias cidades, a partir de Florianópolis.

Derrotados

O governador Raimundo Colombo e o deputado Gelson Merisio, ambos do PSD, são os principais derrotados na eleição deste domingo. Jogaram todas as fichas nas candidaturas de Angela Amin (PP), em Florianópolis, Darci de Matos, em Joinville, e Jean Kuhlmann, em Blumenau. A conferir se as feridas que ficaram na disputa de Joinville entre Udo e Colombo, o PMDB e o PSD, serão cicatrizadas até 2018.