O comunicador Everton Cunha, que deu vida ao Mister Pi, volta a comandar seu Pijama Show na Rede Atlândida de Santa Catarina. Por 18 anos, ele agitou as noites de insônia dos ouvintes com boa música, cultura, bate-papo e reflexões. Empolgado com a retomada do programa, Mr Pi conversou com o DC sobre seus gostos musicais, leituras, crenças e relatou a expectativa para a nova fase em Santa Catarina.
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Qual o seu sentimento em retornar para a Atlântida e para o Pijama Show?
A Atlântida sempre foi a rádio da minha vida desde guri. Quando eu comecei a trabalhar nela, já foi uma realização absurda. Com o tempo, o Pijama acabou se transformando no que é hoje, o que me deixou mais realizado ainda, praticamente 18 anos no total do programa. E agora poder retornar, eu to fazendo uma volta ao passado e ao mesmo tempo uma expectativa do que vem pela frente. O presente não é jamais igual ao passado.
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Desde que anunciamos a sua chegada, houve uma grande mobilização de fãs que estavam com saudades de você no rádio. A que se deve essa relação tão próxima com as pessoas?
Primeiro porque sou um cara maravilhoso. A saudade só bate em quem é admirado, quando a gente gosta de alguém. A saudade é uma das coisas mais bonitas da vida, é consequência de tudo aquilo que se fez. Eu estou meio deslumbrado ainda, como criança com brinquedinho novo. Claro que também fico surpreso com toda a repercussão, é muita gente se manifestando.
Essa repercussão é assustadora?
É assustadora de forma positiva. Eu gosto de sentir isso, porque a pior coisa que tem é quando tu se acostuma com alguma coisa e aquilo passa a ser um movimento automático e tu não vibra mais com ele. Então a cada situação dessas pra mim é muito vibrante.
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Trabalhar com comunicação e com rádio sempre foi uma paixão?
Eu não sei fazer outra coisa. A única coisa que eu me sinto apto e verdadeiro é fazendo rádio. Desde pequeno ficava gravando em casa, no tempo da minha infância era fita cassete. Eu e meus irmãos ficávamos brincando de gravar, fazer rádio e fazer jornal.
Por mais que eu tenha tentado outras coisas, até fiz alguns semestres de faculdade de administração e de pedagogia. Não consegui concluir nem uma coisa nem outra. Tentei ser jogador de futebol, joguei um ano nas categorias de base do Grêmio. Eu fiz um gol durante um ano todo, então a resposta já está aí. Tinha que ser rádio.
Relembre pra nós como o comunicador Everton Cunha se tornou o Mister Pi, e como os dois se relacionam?
O Pijama surgiu em função de eu ter muita insônia quando era guri e eu achava que o rádio precisava de algo que tivesse mais vida, que não fosse só música lenta, porque era noite. Então surgiu a oportunidade quando eu estava na Atlântica de fazer um programa assim.
E essa coisa do Mister Pi, foi uma amiga que sugeriu esse apelido. Aí os dois chefes na época falaram “acho melhor tu ter um apelido, porque se esse negócio pega, tu não vai nem conseguir sair na rua, dando o teu nome”. Então eu virei o Mister Pi. Ele não é um personagem, porque eu dei vida ao Mister Pi baseado no Everton.
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O grande detalhe nessa história toda é que o Mister Pi traz pro Everton, muita ética e uma postura que o Everton talvez ainda não tivesse tido. E o Mister Pi só pode existir porque tem a essência e toda a história de vida do Everton. Portanto os dois são uma coisa só.
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O que o Mister Pi lê? O que o Mister Pi escuta? Que tipo de conteúdo você consome e te inspira para fazer as reflexões?
Eu nunca fui de ler livros do início, meio e fim. Eu leio pitacos.Tem um livro que eu inclusive estou lendo, se chama “Longe da Árvore”, do Andrew Solomon. Eu acho que esse livro mostra muito o que eu gosto de ler. E aí vai desde um livro desses, até essas coisas de frases, não motivacionais, mais existenciais, que tem no Facebook, no Instagram, outdoor, até num quadro de um bar. Eu sou um leitor o tempo todo de tudo.
E eu acho também que a gente tem que ter a capacidade de ler sem que as coisas estejam escritas. Ler significa interpretar. Ler uma pessoa, ler uma decoração, ler uma refeição. Sobre as músicas que escuto, algumas que gosto são do Elvis, Beatles, Pink Floyd, The Smiths […] Anos 90, Smashing Pumpkins, e coisas atuais gosto muito The Weekend, Harry Styles, Post Malone […] Não sou muito radical de querer buscar coisas alternativas demais. Gosto, inclusive, de ouvir cantor de boteco, cantor de rua também.
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Em relação ao Pijama Show, você pretende continuar o programa com o mesmo formato, estilo musical e mesmos quadros?
Alguns quadros vão se manter e outros vão surgindo naturalmente, porque esse sempre foi o espírito do Pijama, sempre foi muito momentâneo. A essência do Pijama, claro que é a boa música. Aquela música que seja clássica, atemporal. O programa é baseado no Pop e no Rock, não é radical, nem extremista, tem intenção de tocar músicas que são legais.Pra tocar no Pijama tem que ser uma música que daqui 10, 20 ou 30 anos vai ter valor.
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Para que, como falamos antes, as pessoas tenham saudade, e quando voltarem a ouvir a música, lembrem daquele tempo um dia. Isso não significa que volta e meia não possa ter algo despretensioso, porque também não vamos ser tão exigentes assim. Mas a essência é essa.
Um dos quadros do programa era o Pijama Místico, em que você fazia algumas reflexões. Quais as tuas crenças em relação a religião ou temas mais esotéricos?
O tempo me fez ter, dentro dessas crenças, a maior delas, a dúvida. Eu sou cristão, mas não sou católico praticante. Acredito em várias coisas, mas nenhuma vinculada a uma religião específica. Nessas coisas que podem ser consideradas místicas ou não, eu realmente acredito no movimento das coisas, nos sinais que as coisas vão apresentando e que a gente vai tendo que desvendar.
Além das grandes dúvidas que o universo estabelece. Nessas dúvidas, eu acredito que realmente esteja o sentido da vida. Eu gosto da vida em vírgulas, são essas vírgulas que me fazem ter a crença. Se é pra dizer que eu acredito em alguma coisa, eu acredito na dúvida.
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Antes seu programa era transmitido para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas esta nova edição será apenas para SC. Existe diferença entre falar com catarinenses e gaúchos?
Eu sempre penso que pessoas são pessoas indiferente de onde elas estiverem, desde que sejam respeitadas com seus devidos valores. Portanto, pra mim, eu vejo muito mais o privilégio de estar falando para Santa Catarina do que uma perda não estar falando para os gaúchos. Eu vejo uma grande possibilidade de estar em Santa Catarina, como dizem, é o sonho de todo gaúcho.
Você vai morar em Santa Catarina?
Já estou morando nos Ingleses. O negócio comigo é assim, vou pra onde tiver que ir. Eu tenho raízes, mas também tenho muito galhos, muitas sementes, muitas ramificações. Eu sou meio que um parreiral.
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O programa
O Pijama Show estreia dia 18 de janeiro e irá ao ar, de segunda à quinta-feira, das 22h à meia-noite. Gerado pela Atlântida FM 100.9 de Florianópolis, o programa será transmitido pelas rádios Atlântida FM 104.3 de Joinville, Atlântida FM 102.7 de Blumenau, Atlântida FM 97.3 de Criciúma e Atlântida FM 99.3 de Chapecó.