Uma missão veterinária do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos Estados Unidos encerrou nesta segunda-feira a visita a Santa Catarina. Eles conferiram a produção e fiscalização na unidade da Aurora Alimentos no bairro Efapi, Em Chapecó, denominado FACH 1, onde são abatidos cinco mil suínos por dia. Esta unidade é a única do Brasil que exporta suínos para os norte-americanos.
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Os embarques começaram em 2014, com apenas 50 toneladas, o equivalente a dois contêineres. Em 2019 já foram encaminhados para a terra do Tio Sam 2,8 mil toneladas, com faturamento de US$ 7,5 milhões. Isso representou um crescimento de 105% em faturamento e 28% em volume. Os norte-americanos são apenas o décimo mercado da carne suína catarinense, mas vender para eles é muito importante como referência de mercado, pois eles são muito exigentes. Tanto que, até liberar os embarques, foram onze missões.
– Os Estados Unidos são um importante mercado para Santa Catarina e vêm ampliando suas compras. Esperamos boas notícias da missão oficial, inclusive a habilitação de novas plantas. O agronegócio catarinense está muito otimista e espera aumentar as exportações de carne ao longo do ano – disse o secretário da Agricultura de Santa Catarina, Ricardo de Gouvêa.
O primeiro auditor dos seis veterinários que estão no Brasil, divididos em duas equipes, chegou durante o feriado em Santa Catarina. Na sexta-feira ele teve uma reunião na superintendência do Ministério da Agricultura em Santa Catarina, em São José.
O objetivo foi avaliar o sistema de controle e certificação que garantem a qualidade e sanidade do produto.
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De acordo com a chefe substituta do 9º Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, que abrange Santa Catarina e parte do Paraná, Adriana Neves, eles vão comparar o serviço também em outros estados, para verificar se existem divergências.
– Eles checaram os nossos controles e hoje foram conferir se bate com o que é realizado em Chapecó. Ele verificou nossos controles e a princípio afirmou que estavam dentro da expectativa. Em Santa Catarina eles vieram conferir mais a parte de suínos. Mas nos outros estados o foco é carne bovina. – disse Adriana.
A equipe que estava em Chapecó estará nesta terça-feira em Goiânia, Goiás, em outra superintendência do Ministério da Agricultura. Também foram visitados laboratórios, frigoríficos e órgãos de fiscalização no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
A missão iniciou no dia 10 de junho e encerra no dia 28, em Brasília, onde haverá uma reunião final com o Ministério da Agricultura. Depois a missão vai encaminhar um relatório com os resultados do trabalho.
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Além de manter e ampliar a venda de suínos o Ministério da Agricultura quer reabrir as exportações de carne bovina, suspensas desde 2017. Os americanos também querem abrir o mercado brasileiro para a carne suína.
Na avaliação do especialista do setor do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, Alexandre Giehl, e do presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi, inicialmente isso traz mais benefícios do que ameaças, já que o custo de produção dos norte-americanos é maior.
A reabertura da venda de carne bovina é benéfica para todas as carnes segundo Lorenzi.