Uma missão veterinária dos Estados Unidos, que desde segunda-feira está no Brasil para inspecionar frigoríficos de bovinos e suínos, além de fazer uma auditora nos serviços oficiais de inspeção sanitária, chegará em Santa Catarina na próxima semana.

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De acordo com o chefe do 9º Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, que abrange Santa Catarina e parte do Paraná, Clóvis Serafini, no dia 21 de junho uma comitiva norte-americana estará em Florianópolis.

— Nessa etapa, eles vão avaliar o sistema de controle oficial, a fiscalização da certificação oficial, como a gente garante a procedência dos produtos, como a gente fiscaliza quem está na ponta, nos frigoríficos. O objetivo é manter o status de equivalência que nós conquistamos –afirmou.

A abertura ocorreu em 2010 e o primeiro embarque foi somente em 2014, depois de onze missões.

Serafini disse que, no dia 24 de junho, outra equipe estará visitando a única unidade do Brasil que está credenciada para exportar suínos para os Estados, que é a Aurora de Chapecó, localizada no bairro Efapi.

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De acordo com a assessoria de imprensa da Aurora Alimentos, semestralmente são realizadas inspeções de rotina na unidade.

Serafini disse que, aprovando o serviço oficial, existe a possibilidade de habilitar outras plantas. Mas isso vai depender da exigência dos produtos que serão comercializados. Santa Catarina é o único estado do Brasil com Certificado de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Também é reconhecido, juntamente com o Rio Grande do Sul, como Zona Livre de Peste Suína Clássica.

De janeiro a maio de 2019 Santa Catarina exportou 2,8 mil toneladas para os Estados Unidos, com faturamento de US$ 7 milhões, o que representa um incremento de 105% em faturamento e 28% em volume, segundo dados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Epagri.

Além de manter a exportação de suínos de Santa Catarina o Brasil está querendo exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos, por isso a missão que fica no país até o dia 28 e vai visitar abatedouros, laboratórios e sistemas de inspeção em seis estados. Só que os americanos também querem exportar carne suína para o Brasil e, segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, está sendo discutido o certificado sanitário.

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O analista do setor de carnes do Cepa Epagri, Alexandre Giehl, avalia que não há risco para o mercados de suínos do Brasil a curto prazo.

– O custo de produção deles é maior. O objetivo no momento é estabelecer parcerias comerciais. O que pode no futuro é entrar alguns cortes dependendo de como vai ficar a relação deles com o México e a China – avaliou Giehl.

Para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, a vinda da missão é positiva.

– É uma grande oportunidade para nós exportarmos mais carne suína e bovina. Se vendermos mais carne bovina também ajuda a manter as carnes valorizadas. Além disso os Estados Unidos são referência para outros mercados – destacou.

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