O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, encerrou sua missão no Golfo nesta quinta-feira (13), durante a qual tentou – aparentemente sem sucesso – resolver a crise entre o Catar e seus vizinhos árabes.
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Por quatro dias, o secretário viajou entre o Kuwait, principal mediador, e os protagonistas do imbróglio, o mais grave já registrado entre as monarquias árabes do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).
Nenhum dos atores envolvidos mudou sua posição.
Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Egito continuam a acusar Doha de apoio ativo aos islamitas terroristas, de estar por trás das ações de desestabilização na região e de se aproximar do Irã xiita. O país é o principal rival regional da Arábia Saudita, que é sunita.
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Doha nega as acusações e rejeita a lista de 13 demandas de seus vizinhos. Entre as exigências, está o fechamento da rede de televisão Al-Jazeera e de uma base turca no Catar, além de uma redução das relações com Teerã.
Antes de voltar para Washington, Tillerson dedicou o último dia de sua missão a um encontro com o ministro kuwaitiano das Relações Exteriores, xeque Sabah Khaled Al-Sabah, seguido de um almoço em Doha com o emir catariano, xeque Tamim ben Hamad Al-Thani. Nesse almoço de trabalho, o secretário de Estado deveria informar o xeque Al-Thani da posição de seus adversários.
Na quarta-feira (13), na cidade saudita de Jidá, ele havia-se reunido com os ministros das Relações Exteriores dos países envolvidos. Nenhum comunicado foi divulgado após esse encontro, nem houve declarações.
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– Mediação francesa –
O único resultado palpável até agora da turnê de Tillerson foi a assinatura em Doha, na terça-feira, de um acordo entre EUA e Catar sobre a “luta contra o financiamento do terrorismo”.
Uma clara tentativa de apaziguar os ânimos regionais, o acordo foi considerado “insuficiente” pelo quarteto anti-Catar, que viu nele um simples acerto entre dois Estados, sem atender às suas reivindicações.
A equipe de Tillerson não escondeu sua percepção de uma crise complexa, a qual torna “improvável uma resolução rápida”, segundo um analista citado pelo jornal “The National”, de Abu Dhabi, nesta quinta-feira.
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No próximo sábado (17), o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves le Drian, viaja para a região para reforçar o gesto de Tillerson em busca de uma redução da tensão. O chanceler visitará Catar, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.
Nas palavras de uma fonte próxima ao ministro Le Drian, trata-se de “recriar a confiança e criar um interesse de todas as partes pela desescalada”.
Essa mesma fonte disse acreditar ser possível “encontrar um caminho” para sair da crise, acrescentando que Le Drian vai insistir na total “transparência” sobre a luta contra o terrorismo e no relançamento da cooperação entre os países árabes do Golfo.
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* AFP