Quem anda pelos tapetes vermelhos da Intermach nota que eles estão por aí. Andam munidos de máquinas fotográficas penduradas no pescoço e não escondem a curiosidade diante dos concorrentes brasileiros. Perto das estruturas montadas pelos empresários do setor metal-mecânico brasileiro, o grupo de 70 expositores chineses que participa pela primeira vez da maior feira do setor metalmecânico do Sul do Brasil conta com uma estrutura simples. Mas a ambição e a vontade de fazer negócios mostra que eles não vieram apenas para observar.
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O dragão chinês desembarcou em Joinville com intenção de ganhar dinheiro e garantir seu espaço no mercado local. A organização da Intermach preparou todo o pavilhão de acesso para acomodá-los. Alguns trouxeram máquinas, como um compressor semelhante ao que uma indústria joinvilense fabrica. Mas a maioria deles está atrás de um balcão, com pequenas peças de amostra e até maquetes, como no caso de uma empresa de máquinas para a construção civil.
– Bons de barganha, eles vieram dispostos a negociar-, garante o promotor do evento, Richard Spirandelli.
– Eles estão acostumados com o universo de negócios que temos em São Paulo e vieram para cá com uma clara missão de conseguir representações locais e de vender seus produtos para indústrias daqui-, afirma.
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Segundo o promotor, um agente que trabalha prospectando a feira no exterior fez contato com o governo chinês para atrair os empresários de lá. O espaço e os estandes foram subsidiados pelo governo em cerca de 80% do valor total.
Esta ofensiva chinesa preocupa os fábricantes brasileiros de máquinas, que estão enfrentando a crescente competitividade chinesa, motivada por custos mais baixos e um real mais valorizado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos oito primeiros meses do ano, as importações catarinenses de máquinas e equipamentos chineses cresceram 124% em relação a igual período de 2009.