– Uh, Fernandão! Uh, Fernandão!

Parecia jogo do Inter no auditório Araújo Vianna, no final da tarde deste domingo. Entre olhos marejados, lágrimas e gritos de saudade, 2,5 mil colorados participaram de uma missa em homenagem ao eterno capitão e se emocionaram ao relembrar a trajetória do ídolo no clube.

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– Ele fez história, ganhou muitas taças para a nação colorada. A saudade será eterna – falou aos soluços a jovem Julia Lima, 9 anos, que usava toca com o símbolo do Inter para se proteger do frio, e chorava copiosamente, com as duas mãos no rosto.

Era difícil conter as lágrimas. Um telão exibiu um depoimento em que o ídolo, aos prantos, declarava seu amor pelo Inter. O que, de pronto, fez a plateia irromper em saudade.

– Ele será eterno em nossos corações – resume Gabriel Dutra, 10 anos, lembrando com carinho das vezes em que entrou em campo ao lado do ídolo.

– O Fernandão brincava com o Gabriel, chamando de genro, dizendo que ele ia namorar a filha dele – relembra Francisco Dutra, pai do garoto.

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O torcedor Leandro Bortholacci, convidado pelo Inter para falar do ídolo, postou-se em um púlpito no palco transformado em altar, e não conteve as lágrimas:

– Muito obrigado, capitão. Nada vai nos separar, descanse em paz.

A admiração por Fernandão fez até gremistas esquecerem a rivalidade. O aposentado Rui Kessler, 67 anos, entrou no Araújo Vianna com uma camiseta preta, com o símbolo do Grêmio no peito.

– É um momento de solidariedade – comentou.

Mas o padre Leandro Chiarello, que conduzia a celebração, deu uma leve alfinetada em uma referência ao rival:

– Nós não somos imortais, somos eternos.

Em um domingo de céu cinzento na Capital, os colorados fizeram do Araújo Vianna um Beira-Rio. Os torcedores se emocionaram com narrações de gols de Fernandão. E puderam aplaudir o ídolo uma vez mais.

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Um mito na história do Inter

Fernandão nasceu em Goiânia e foi revelado pelo Goiás. Mas foi no Inter que ele viveu suas maiores glórias, conquistando a Libertadores da América e o Mundial em 2006, como capitão da equipe de Abel Braga.

Foram quase cinco anos de identificação com a torcida e gols emblemáticos, como o da estreia, em 10 de julho de 2004, no Gre-Nal do gol 1.000, de sua autoria. Neste ano, Fernandão foi um dos mestres de cerimônia da reabertura do Beira-Rio, no dia 5 de abril. Anos antes, ele e o então goleiro Clemer comandaram a festa do Mundial, cantando junto com um Beira-Rio lotado.

Sua última equipe foi o São Paulo, em 2011. Fernandão jogou ainda no Olympique de Marselha e Toulouse, na França, e o Al-Gharafa, no Catar. Ele também treinou o Inter em 2012, e agora se preparava para comentar a Copa do Mundo pelo SporTV.

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