Com atenção aos tecidos, cuidado nas formas e muita pesquisa é possível oferecer às gordinhas mais do que a cor conhecida por emagrecer. A Miss L, marca de Florianópolis, é a prova disso.
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A moda está no DNA de Susie Hahn desde a adolescência. A gaúcha começou a trabalhar como modelo aos 16 anos e seguiu até os 28 anos. Depois virou representante de marcas, fez cursos na área, como o de História da Moda, na Udesc, e começou a criar coleções para a indústria têxtil.
Aos poucos, foi pintando a ideia de ter a própria grife. Mas Susie não queria ser mais uma estilista que faz roupa pop. Pensava em algo diferente, que pudesse atender a um público desguarnecido. Algumas amigas sugeriram a ela produzir roupas para gordinhas.
Tamanho G ficou menor
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A estilista começou a notar como o tamanho G das lojas tradicionais estava ficando pequeno, equivalendo-se ao tamanho 42, e, às vezes, até ao 40. Ao mesmo tempo, acreditava que era muito difícil encontrar uma marca plus size que fosse além do lugar-comum, ou seja, deixasse de lado o preto, que emagrece, e o vestido larguinho para disfarçar as gordurinhas. Daí, surgiu a Miss L, uma grife para gordinhas que busca estímulo nas grandes marcas.
– Eu me inspiro nas roupas para magras. Pesquiso bastante as grifes do grande circuito, porque acho que as pessoas curvilíneas também têm o direito de se vestirem bem, de maneira moderna e descolada. Ficava com a sensação de que as roupas para as cheinhas tinham sempre aquele jeito mais senhora e muito careta. Muito preto. Queria criar algo mais transado – explica.
Apostas da marca
A estilista apostou em cores, em customização de vestidos, em jogos geométricos, em comprimentos curtos, cortes assimétricos e vestidinhos que afinam a silhueta discretamente. O ar moderno fez sucesso na última Fenim (Feira Nacional da Indústria da Moda), em Gramado, no Rio Grande do Sul.
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– Foi um boom. Vendi para Paraná e São Paulo, além de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As pessoas continuam pedindo. Eu fiquei surpresa. Não esperava que o diferencial da Miss L ia tão ao encontro do que o mercado estava esperando – avalia a estilista.
Além do perfil transado, Susie mostra-se muito cuidadosa com os acabamentos e tecidos. A estilista dedica-se a pesquisar novos materiais, sempre nobres, que ficam bonitos, ajudam na transpiração e que também emagrecem. Outro cuidado é buscar inspiração na cultura local. A coleção verão foi criada a partir das redes de pesca da Lagoa da Conceição.
Tubinho para o inverno
Para a linha inverno 2012, na qual Susie já trabalha, a ideia é colocar pelo menos uma peça criada em parceria com as rendeiras da Lagoa, usando a renda de bilro. Ela aposta numa clima country, em uma legging com jeans, apelidada de jegging, em mangas japonesas e, sim, num tubinho justo.
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– Por que as gordinhas não podem usar um justo bem acabado? Podem, sim -provoca.
Com exceção de um vestido sem manga que não vingou, até agora, as experiências da Miss L mostram que o faro de Susie é certeiro. As peças começam no tamanho 42, o M da marca.