Maria Garcia, de 78 anos, levantou cedo nesta quarta-feira. Tomou um café reforçado com três fatias de pão e a medicação completa com quatro comprimidos, entre eles os de pressão. Com todas as providências tomadas, ficou esperando as outras mulheres da família Garcia, as filhas Claudete, de 57 anos, Sueli, 52, Marilda, 51, e a neta Juliana Pereira, de 31 anos.

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O grupo mora no bairro Floresta e chegou às 9 horas em frente à prefeitura, no Centro. Estacionou o carro e partiu para uma caminhada de mais de uma hora até o topo do Mirante do Boa Vista.

As mulheres estavam entre as centenas de pessoas que prestigiaram a reabertura de um dos maiores pontos turísticos de Joinville, um evento festivo, marcado pelas comemorações de 165 anos da cidade. A solenidade teve a presença do prefeito Udo Döhler e várias autoridades públicas.

Confira as imagens:

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A família Garcia fez o percurso inteiro a pé e não perdeu o pique. Talvez porque mesmo beirando os 80, Maria caminhe todos os dias e pratique pilates. A filha Sueli, além da caminhada, faz aulas de zumba.

Para elas, é difícil dizer o que é mais bacana, a aventura esportiva ou o visual. O que importa mesmo é a sensação de liberdade, definiu uma das filhas. Elas prometem voltar, só que da próxima vez “trazendo os maridos”.

O presidente da Associação Joinvilense para Integração dos Deficientes Visuais, Paulo Sérgio Suldovski, também estava por lá. Ele tem perda total da visão e nem por isso desanimou do passeio.

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Com a assistência do colega Jones Medeiros, de 31 anos, não perdeu a chance de acompanhar a reinauguração do mirante. Jones estacionou perto do Zoobotânico e a dupla subiu o mirante com serviço de micro-ônibus que a prefeitura disponibilizou a cada 20 minutos, com saída em frente ao terminal central.

– Consigo perceber o cheiro da natureza, a alegria das pessoas, a energia, é um grande presente para cidade. Embora não ofereça ainda 100% de acessibilidade, pois não está totalmente pronto, está bem organizado – afirmou Paulo.

Jones também aprovou a experiência, diz que a vista é maravilhosa e, com o auxílio da luneta, ficou “show de bola”. A paulista Aurice Ribeiro de Aragão, 49 anos, também ficou curiosa para ver a paisagem com a luneta. Moradora de Joinville desde julho do ano passado, Aurice utilizou o micro-ônibus e elogiou a organização.

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Já subir de bike é para quem tem fôlego, alerta o ciclista Gustavo Cidral, de 19 anos, em virtude dos vários pontos com subida íngreme. Ele levou 15 minutos da base até o topo, mas o percurso total foi bem maior, 19 Km de sua casa no bairro Santa Catarina até o mirante.

A obra

O novo mirante tem uma altura de 14,5 metros em relação ao solo e uma área de 70 metros quadrados. É uma estrutura em concreto armado, que contempla escadaria, elevador com capacidade para dez passageiros ou 750 kg e guarda-corpo em aço inox.

A capacidade é para 40 pessoas, que poderão visualizar, com vista natural ou com uso de lunetas, toda a cidade de Joinville, a baía da Babitonga e a serra do Mar.

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Há também a Janela de Contemplação, uma espécie de segundo mirante, com dez metros de altura. O piso em madeira de itaúba tem uma área de 138 metros quadrados.

O investimento total foi de R$ 3,6 milhões, recursos do financiamento do Fonplata, dentro do Programa Linha Verde.

Micro-ônibus

Durante a semana, os horários da linha serão intercalados a cada 40 minutos, das 7h50 às 17h. Nos fins de semana, o transporte vai funcionar a cada 20 minutos, das 8 às 19 horas, com dois micro-ônibus.

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A saída será no terminal central e o desembarque de retorno ocorre em frente ao Ginásio Abel Schulz. Para o percurso de ida, os usuários pagarão a passagem de R$ 3,70 (antecipada) e R$ 4,50 (embarcada). A volta não terá cobrança, por isso, o ponto final será na rua Rio Branco, em frente ao Abel Schulz. No aniversário da cidade, o transporte foi de graça.