A área do mirante da Lagoa da Conceição, um dos pontos turísticos mais visitados na Ilha de Santa Catarina, requer maior atenção. Do alto, de onde é possível ver parte da Lagoa da Conceição, Avenida das Rendeiras, dunas e o mar das praias da Joaquina e Mole, também se avistam tapumes arrancados e placas pichadas. A estátua em homenagem ao comunicador Manoel de Menezes, antigo proprietário e que dá nome ao local, igualmente foi alvo de vandalismo. Assim como a base de sustentação da luneta para observação terrestre dos visitantes que apreciam a vista panorâmica.
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Três anos depois de anunciado, o projeto do empreendimento de luxo que previa 19 apartamentos de alto padrão em cerca de 6 mil metros quadrados parece descartado. Pelo menos entre a parceria anunciada. A obra seria executada pelo Grupo Guga Kuerten e a construtora gaúcha Stafe Incorporações. A assessoria de imprensa do grupo catarinense confirmou o investimento no empreendimento feito em março de 2012. Mas também a desistência. Em setembro de 2014, em função da suspensão do processo de aprovação e licenciamento do projeto para avaliação junto à prefeitura, optou em desinvestir.
_Torço para que no local saia um projeto bonito, como a Lagoa da Conceição merece_ diz Rafael Kuerten, presidente do Grupo Guga Kuerten.
O futuro do local permanece com Stafe Incorporações. No passado, pertenceu sob concessão a família Menezes. Mas o tempo passou e o hotel que deveria ser erguido também não se concretizou. A atual proprietária do terreno informa que possui projeto em andamento para implantação de um empreediemento. Alega que por razão das negociações de parceria com um grupo hoteleiro, está realizando adaptações na proposta. Mas não fala em datas para o começo das obras.
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Proposta para revitalização do local sugere arte e inclusão social
Enquanto isso, surgiu outra tentativa para recuperar o lugar esvaziado há cerca de 10 anos. Neste período, houve várias ações policiais para coibir som alto e tráfico de drogas. Até um assalto seguido de morte ocorreu no lugar. Na semana passada, o assunto reuniu representantes do Núcleo de Estudos de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Inclusão Social (DESIS) do Centro Tecnológico (CTC) da Universidade Federal de Santa Catarina e prefeitura.
Por ser a Secretaria de Turismo responsável pelo mirante, integrantes do Desis foram apresentar uma ideia levada para a equipe do artista e professor Marcos Andruchak, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O grupo trabalha com arte muralista, segue estilo geometricista e tem obras em diferentes lugares.
O estudante Sergio Luis Schlatter Junior informa que a proposta é uma intervenção no local. O trabalho se desdobraria em diferentes projetos sociais e envolveria professores interessados na parceria, anexando conceitos práticos e teóricos do contexto ao ensino. Na realidade, explica Schlalter, a produção dos painéis deveria estimular o debate sobre temas culturais como educação, formação profissional, cidadania, meio ambiente, preservação e artes.
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Além disso, envolveria jovens em situações de risco ou vulnerabilidade social. E feito com membros da comunidade ligados às artes, com possibilidades de trabalho e renda para famílias.
_Sabemos das limitações orçamentárias da prefeitura, mas precisamos do apoio do município nem que seja para autorizar a realização e colaborar para que o projeto se concretize_diz Schlalter.
Se isso viesse ocorrer, diz, é possível que um novo visual tomasse conta do lugar para embelezá-lo já na próxima temporada de verão.
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