Os ministros da área econômica de 17 países da zona do euro fecharam nesta sexta-feira um acordo para aumentar os fundos de emergência anticrise. A ideia é garantir mais recursos para empréstimos de emergência a países da Europa.

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A decisão foi tomada durante reunião pela manhã, em Copenhague, na Dinamarca. Em uma dura negociação, os ministros dos 17 países da zona do euro concordaram em dar ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), que entrará em vigor em julho, “uma potência máxima de 800 bilhões de euros”, como pretendia a Alemanha.

No entanto, desse total, 300 bilhões correspondem aos empréstimos já concedidos à Grécia, Irlanda e Portugal, indicou o comunicado do Eurogrupo. Portanto, o fundo de resgate terá disponível 500 bilhões de euros, o mínimo levantado nas negociações.

Esta munição pode ser insuficiente para os mercados, para o FMI e a OCDE, que aconselhou um dispositivo de um trilhão de euros para proteger a zona do euro de um contágio da crise da dívida a países como Espanha e Itália.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, elogiou a decisão da zona do euro, considerando que isso ajudará o organismo com sede em Washington a encontrar recursos suplementares.

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– A combinação do MES (Mecanismo Europeu de Estabilidade) e do FEEF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira), além de outros esforços recentes da Europa, fortalecerá a porta corta-fogo europeia e sustentará os esforços do FMI para aumentar seus recursos disponíveis em benefício de todos os membros – afirmou Lagarde.

Há alguns meses o Fundo Monetário Internacional (FMI) e os países emergentes do G-20, entre eles o Brasil, aumentaram a pressão sobre a Europa, exigindo um reforço da munição dos “corta-fogos”, em troca de ajuda ao continente.

A Comissão Europeia (CE) e alguns países como França tinham um objetivo mais ambicioso. Pretendiam transparecer uma imagem de extrema solidez perante os mercados elevando o MEDE, o fundo permanente de resgate, a 940 bilhões de euros.

Para isso, propuseram somar também os fundos ainda não utilizados do FEEF, estimados em 240 bilhões de euros, como modo de reserva e em caso de extrema necessidade, como no caso de um agravamento da crise na Espanha.

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O governo espanhol aprovou seu projeto de orçamento para 2012, que prevê um corte de “mais de 27 bilhões de euros” neste ano.

– Estamos diante de uma situação limite – reconheceu a porta-voz do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, ao término do Conselho de Ministros.

A Espanha se comprometeu a reduzir até o fim de 2012 seu déficit público de 8,51% a 5,3% do PIB, para chegar a 3% em 2013. Este orçamento “vai convencer” os sócios europeus, assegurou o ministro espanhol, Luis María de Guindos.