Tão apertado quanto as fitas entrelaçadas para descerramento da placa de inauguração da nova sede regional da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em Santa Catarina é o nó que o ministro dos Transportes tem que desatar para resolver o imbróglio entre as obras emperradas e a necessidade de duplicação das rodovias catarinenses.
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Sem conseguir dar explicações sobre as falta de recursos para conclusões emergentes das estradas federais, Antônio Carlos Rodrigues, foi taxativo ao chegar em Florianópolis para a inauguração da nova estrutura federal no Estado: – Eu vim falar da inauguração da ANTT. Das obras a gente fala depois – disse. Com um aparato de assessores e acompanhado do diretor-geral da Agência Nacional dos Transportes, Jorge Bastos, e do deputado federal Jorginho Mello (PR), Rodrigues inaugurou a nova sede da ANTT em São José, na Grande Florianópolis, criada para fiscalizar as concessões que devem ocorrer a partir de 2016. Após o discurso das autoridades, Rodrigues teve dificuldade de oficializar a inauguração porque o nó das fitas era apertado demais.
Em poucas palavras, ele falou sobre a importância da nova sede para Santa Catarina, mas deixou de responder sobre a continuidade das obras nas BRs470, 282 e 101. No início deste ano o governo federal anunciou cortes no orçamento das obras nas principais rodovias federais, bem como adiou de 2017 para 2022 a conclusão da duplicação da BR-470. Falta de recursos e desapropriações travam a duplicação da via considerada a mais importante economicamente e uma das mais perigosas no Estado. Outra preocupação é a duplicação da BR-282. Pelo estudo da ANTT, o trecho concedido e duplicado iria de Chapecó até o Trevo de Irani, no entroncamento com a BR-153, mas entidades catarinenses temem que a concessão ligando SC ao Paraná desloque as exportações das agroindústrias para os portos do Estado vizinho, prejudicando os portos.
Outro problema é na BR-101 sul, onde obras complementares no Morro do Formigão e a construção da ponte Cavalcanti, em Tubarão, formam um gargalo e filas no trecho. Por meio de mensagem pelo celular, a assessoria de imprensa do ministro respondeu que as prioridades para Santa Catarina são as BRs 470, 163 e 282, além de finalizar a duplicação do trecho sul da BR-101. O superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) Vissilar Pretto frisou que a previsão de concluir as obras na BR-101 antes do verão não deve se concretizar por conta da chuva. Ambas ficarão para ano que vem.
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Ponto de descanso em Santa Cecília
Santa Cecília, localizada no Planalto Norte de SC, terá um Ponto de Parada e Descanso (PPD). A estrutura é uma antiga reivindicação dos caminhoneiros. O local, no km 145 da BR-116, foi escolhido por ser um ponto estratégico próximo às divisas no Paraná e Rio Grande do Sul.
A área de 120 mil metros quadrados, com 126 vagas para estacionamento de caminhões, servirá para descanso dos motoristas. A maquete foi apresentada ontem durante a inauguração da agência da ANTT. O projeto que terá um custo estimado de R$ 18 milhões deverá ser modelo para a construção de pontos de parada em outras rodovias do país concedidas à iniciativa privada ou não. A obra está prevista para iniciar em março de 2016 com conclusão em outubro do mesmo ano.
A Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logísticas de SC (Fetrancesc) será a administradora do local que trará uma unidade do Sest/Senat, salas para palestras, odontologia e jogos.
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