O ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, disse esperar que os países parceiros da Grécia na Europa tomem uma decisão final sobre o acordo para o empréstimo de 130 bilhões de euros no encontro de ministros das finanças da zona do euro que ocorre hoje em Bruxelas.
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Apesar disso, há ainda questões que precisam ser resolvidas, acrescentou um funcionário do Ministério das Finanças nesta segunda-feira, após informações de que progressos foram obtidos nas conferências telefônicas realizadas no fim de semana entre vice-ministros do Eurogrupo, embora nenhum acordo final tenha sido fechado sobre o empréstimo.
Entre as questões pendentes estaria a possibilidade de os credores privados da Grécia assumirem uma perda ainda maior à prevista no plano de desconto de dívida relacionado à liberação dos recursos. Em entrevista concedida em Bruxelas, Venizelos pediu a seus parceiros no Eurogrupo que enviem uma mensagem clara sobre o novo empréstimo, insistindo, ao mesmo tempo, que a Grécia vai implementar o pacote de reformas prometido em troca da ajuda, segundo nota distribuída pelo Ministério das Finanças.
– A Grécia chega ao encontro crítico do Eurogrupo tendo cumprido todas as pré-condições que foram exigidas para a aprovação do novo programa. Esperamos que o longo período de incertezas, que não beneficiou a economia grega nem as da zona do euro, termine hoje – afirmou.
O gabinete grego aprovou sábado novos cortes orçamentários, somando 325 milhões de euros, incluindo reduções nos gastos com aposentadorias e benefícios de saúde, para tapar um último buraco nas restrições orçamentárias, que somam 3 bilhões de euros, exigidas pelos credores do setor privado este ano.
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A Grécia esforça-se para receber um segundo pacote de ajuda a fim de evitar um calote nos vencimentos de março e para fechar um acordo envolvendo um perdão pelo setor privado de 100 bilhões de euros em sua dívida. Os dois acordos estão relacionados, já que a maior parte dos recursos que entrarão no país será usada para ajudar a financiar a reestruturação de sua dívida.
Ontem, os vice-ministros do Eurogrupo aparentemente concordaram com um acordo para o corte das taxas de juro incidentes no primeiro pacote de ajuda, de 110 bilhões de euros, concedido para a Grécia pela União Europeia e pelo FMI em maio de 2010.
Por outro lado, manifestantes continuaram protestando nas principais ruas de Atenas na noite de domingo, contra o pacote econômico proposto para evitar o calote do país. Os manifestantes ficaram frente à frente com a polícia diante do Parlamento grego.