O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse ontem que as licenças não automáticas adotadas para produtos oriundos de outros países foram adotadas em razão do “fortíssimo” déficit comercial no setor automobilístico.
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– De janeiro a abril de 2010, o déficit da balança de veículos foi de US$ 790 milhões. Neste ano, no período, já chegou a US$ 1,9 bilhão. Só isso já explica por que é necessário monitorar as importações do setor – afirmou, ao chegar à cerimônia do prêmio Top Imobiliário, organizado em São Paulo pelo Grupo Estado, Embraesp e Secovi-SP.
Pimentel reiterou que a medida não é uma forma de retaliar a Argentina.
– De fato, estamos reclamando da retenção de produtos nossos na fronteira da Argentina, mas a questão é o déficit na balança. Não tivemos o intuito de retaliar a Argentina –
No evento, Pimentel fez ainda algumas observações sobre a alta da inflação no país.
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– Eu não tenho medo de inflação. Tenho medo é de quem gosta de juro alto. Esse papo de inflação tem muito exagero. Tem um aquecimento natural da demanda, fruto da inclusão e ascensão de pessoas ao consumo. E tem também a pressão das commodities. Mas varejista nenhum vai remarcar preço à toa. Em síntese, a inflação vai cair, e o juro deve acompanhar – argumentou.