O ministro do Esporte, Orlando Silva, afirmou que decidiu devolver o valor usado em sua pasta a partir do uso de cartão corporativo. Ele concedeu entrevista coletiva neste sábado.

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– Decidi recolher aos cofres públicos todo o dinheiro utilizado no cartão corporativo desde que assumi o Ministério do Esporte, declarou aos jornalistas, em um hotel na capital paulista.

Silva exibiu carta que relatou ter enviado ao seu gerente no Banco do Brasil pedindo que debite de sua conta e repasse ao Tesouro Nacional R$ 30.870,38, que corresponderiam a seus gastos nessa modalidade em 2006 e 2007. Ressalvou que foram somente despesas, e não saques, e que a maior parte se destinou a pagamento de hospedagem. Afirmou também que repassará todos os comprovantes de gastos à Controladoria-Geral da União (CGU).

Orlando Silva foi o terceiro da lista de ministros que mais gastaram com cartão corporativo no ano passado. Sua despesa somou R$ 20.112, para pagamento de diárias e alimentação durante viagens oficiais, segundo a assessoria do ministério.

O ministro foi citado na última quarta-feira como um dos três primeiros que terão os gastos com cartão investigados pelo Ministério Público Federal (MPF). Os outros dois são o ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, e a ex-ministra de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, que pediu demissão nesta sexta-feira. Os gastos de Matilde somaram R$ 171 mil. Os de Gregolin, R$ 22.652,65. No total, o governo desembolsou R$ 75 milhões em 2007 com esse tipo de despesa.

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Segundo o procurador da República no Distrito Federal responsável pela condução do inquérito instaurado no dia 24 sobre o caso, Carlos Henrique Martins, as investigações serão ampliadas à medida que surgirem novas suspeitas.

N sexta-feira foi publicado o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva restringindo o uso dos cartões e das contas de suprimentos de fundos, conhecidas como contas de tipo B.